Notícia
Revolut abre a segunda maior unidade da Europa em Matosinhos
Uma antiga fábrica de latas de conserva de sardinha de Matosinhos, distrito do Porto, vai transformar-se até ao fim do ano na "segunda maior unidade da Europa" da empresa de serviços bancários Revolut, com capacidade para 470 trabalhadores.
30 de Agosto de 2019 às 13:49
A aplicação bancária para dispositivos móveis originária do Reino Unido, considerada "unicórnio" ('start-up' tecnológica avaliada em mais de mil milhões de dólares), quer abrir a sua segunda maior unidade da Europa em Matosinhos até ao final de 2019 e escolheu como quartel general o edifício da litográfica Amorim & Amorim, uma antiga fábrica de latas de conservas de sardinha, localizado no número 612 da Avenida Menéres, e que conta na vizinhança com a fábrica de conservas de peixe Pinhais & Companhia.
"O espaço está neste momento a sofrer obras de beneficiação e deverão estar concluídas no final deste ano. Até as obras estarem concluídas, os atuais colaboradores da Revolut em Portugal (70) estão instalados num escritório provisório, na Rua Roberto Ivens, também em Matosinhos", avançou à Lusa fonte oficial da Revolut, empresa denominada por 'fintech' (por aliar áreas financeiras e tecnológicas), criada em 2015 por Nik Storonsky, ex-funcionário do Credit Suisse (2008-2013) e da Lehman Brothers (2006-2008), e por Vlad Yatsenko (ex-funcionário no Deutsche Bank e UBS Investment Bank).
A sede da Revolut em Portugal vai ocupar a antiga unidade fabril, cuja especialidade era a estampagem da folha de Flandres que servia a indústria portuguesa de conservas. O espaço, diz a mesma fonte da Revolut, vai permitir ter "470 pessoas a operar".
"Admitimos a totalidade da lotação do espaço num período de tempo entre os 18 e os 24 meses", revela a mesma fonte, assumindo que o imóvel vai manter o "'looking [visual] industrial" da secular fábrica Amorim & Amorim.
Fonte da Câmara Municipal de Matosinhos confirmou à Lusa que a Revolut vai ocupar as antigas instalações da Amorim & Amorim, um espaço que está a receber "obras de restauro", mas que chegou a ser a "mais antiga" litografia de Matosinhos e que fechou em 2006.
No livro "Memória da Indústria Conserveira de Matosinhos, Leça da Palmeira e Perafita, 1899-2007, de Josué Gomes Fernandes Tato, editado em 2008 pela Câmara de Matosinhos, lê-se que a Litografia Amorim & Amorim adquiriu em pouco tempo um "desenvolvimento notável, tendo sido a mais importante fábrica da sua especialidade em Matosinhos".
A mesma litografia, que se chegou também a dedicar à lataria, e que teve uma oficina na Avenida Serpa Pinto em Matosinhos, "estava dotada de aparelhagem moderníssima e possuía um excelente conjunto de hábeis artífices" e "produzia um trabalho esmerado que satisfazia plenamente a sua numerosa clientela", refere o mesmo livro.
A escolha do Norte de Portugal, e em específico de Matosinhos, para abrir uma nova unidade na Europa da Revolut explica-se com o facto de o país se ter afirmado como um "mercado preferencial para grandes empresas tecnológicas", mas também pela proximidade às universidades e ao mar.
"Avaliámos vários mercados antes de planear a instalação de um novo centro de suporte e, em articulação com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), imediatamente percebemos que Portugal, pela qualidade dos profissionais - com uma grande proficiência em línguas -, pela qualidade de vida e condições climatéricas únicas na Europa seria o melhor local", explicou à Lusa a Revolut.
As universidades do Norte do país "muito bem cotadas", a "acessibilidade" e a "proximidade a outros 'hubs' de inovação" e ao mar foram outros atributos que a Revolut reconheceu em Matosinhos.
"Temos uma unidade de 'business development' em Lisboa, mas consideramos interessante esta capilaridade e descentralização, pelo que a escolha recaiu sobre Matosinhos. Este espaço é próximo do Porto e junto da praia, o que nos permitirá oferecer aos nossos colaboradores uma excelente localização e 'amenities' (facilidades) alinhadas com o nosso nível de exigência".
A Revolut tem sede em Londres (Reino Unido), 501 mil funcionários e na rede social Linkedin revela que tem "660 vagas em aberto" e assume que aconteça o que acontecer com o 'Brexit' (saída do Reino Unido da União Europeia), a empresa está "a dar passos proativos para proteger as contas".
"O objetivo da Revolut, empresa que se autodomina como uma alternativa digital à banca tradicional, é dar ao utilizador o controlo do seu dinheiro e da sua vida financeira", indica.
O novo banco digital tem "6,5 milhões de clientes na Europa, dos quais 250 mil são portugueses" e materializa-se numa aplicação e cartões que permitem ao utilizador gerir uma carteira com 28 moedas, transferir dinheiro instantaneamente e gastar, em todo o mundo, sem taxas escondidas".
"O espaço está neste momento a sofrer obras de beneficiação e deverão estar concluídas no final deste ano. Até as obras estarem concluídas, os atuais colaboradores da Revolut em Portugal (70) estão instalados num escritório provisório, na Rua Roberto Ivens, também em Matosinhos", avançou à Lusa fonte oficial da Revolut, empresa denominada por 'fintech' (por aliar áreas financeiras e tecnológicas), criada em 2015 por Nik Storonsky, ex-funcionário do Credit Suisse (2008-2013) e da Lehman Brothers (2006-2008), e por Vlad Yatsenko (ex-funcionário no Deutsche Bank e UBS Investment Bank).
"Admitimos a totalidade da lotação do espaço num período de tempo entre os 18 e os 24 meses", revela a mesma fonte, assumindo que o imóvel vai manter o "'looking [visual] industrial" da secular fábrica Amorim & Amorim.
Fonte da Câmara Municipal de Matosinhos confirmou à Lusa que a Revolut vai ocupar as antigas instalações da Amorim & Amorim, um espaço que está a receber "obras de restauro", mas que chegou a ser a "mais antiga" litografia de Matosinhos e que fechou em 2006.
No livro "Memória da Indústria Conserveira de Matosinhos, Leça da Palmeira e Perafita, 1899-2007, de Josué Gomes Fernandes Tato, editado em 2008 pela Câmara de Matosinhos, lê-se que a Litografia Amorim & Amorim adquiriu em pouco tempo um "desenvolvimento notável, tendo sido a mais importante fábrica da sua especialidade em Matosinhos".
A mesma litografia, que se chegou também a dedicar à lataria, e que teve uma oficina na Avenida Serpa Pinto em Matosinhos, "estava dotada de aparelhagem moderníssima e possuía um excelente conjunto de hábeis artífices" e "produzia um trabalho esmerado que satisfazia plenamente a sua numerosa clientela", refere o mesmo livro.
A escolha do Norte de Portugal, e em específico de Matosinhos, para abrir uma nova unidade na Europa da Revolut explica-se com o facto de o país se ter afirmado como um "mercado preferencial para grandes empresas tecnológicas", mas também pela proximidade às universidades e ao mar.
"Avaliámos vários mercados antes de planear a instalação de um novo centro de suporte e, em articulação com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), imediatamente percebemos que Portugal, pela qualidade dos profissionais - com uma grande proficiência em línguas -, pela qualidade de vida e condições climatéricas únicas na Europa seria o melhor local", explicou à Lusa a Revolut.
As universidades do Norte do país "muito bem cotadas", a "acessibilidade" e a "proximidade a outros 'hubs' de inovação" e ao mar foram outros atributos que a Revolut reconheceu em Matosinhos.
"Temos uma unidade de 'business development' em Lisboa, mas consideramos interessante esta capilaridade e descentralização, pelo que a escolha recaiu sobre Matosinhos. Este espaço é próximo do Porto e junto da praia, o que nos permitirá oferecer aos nossos colaboradores uma excelente localização e 'amenities' (facilidades) alinhadas com o nosso nível de exigência".
A Revolut tem sede em Londres (Reino Unido), 501 mil funcionários e na rede social Linkedin revela que tem "660 vagas em aberto" e assume que aconteça o que acontecer com o 'Brexit' (saída do Reino Unido da União Europeia), a empresa está "a dar passos proativos para proteger as contas".
"O objetivo da Revolut, empresa que se autodomina como uma alternativa digital à banca tradicional, é dar ao utilizador o controlo do seu dinheiro e da sua vida financeira", indica.
O novo banco digital tem "6,5 milhões de clientes na Europa, dos quais 250 mil são portugueses" e materializa-se numa aplicação e cartões que permitem ao utilizador gerir uma carteira com 28 moedas, transferir dinheiro instantaneamente e gastar, em todo o mundo, sem taxas escondidas".