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Relator recomenda manter CGD “nas mãos do Estado”
Carlos Pereira, do PS, coloca como primeira recomendação do relatório do inquérito à CGD a indicação de que o banco tem de ser público.
O deputado responsável pelo relatório da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos defende que uma das recomendações a deixar pela iniciativa parlamentar é a manutenção da instituição financeira "nas mãos do Estado".
"Parecendo genérica, parece-me relevante [ter a recomendação da] manutenção da CGD nas mãos do Estado", disse Carlos Pereira na conferência de imprensa de apresentação do relatório preliminar esta terça-feira, 4 de Julho, no Parlamento. Segundo o deputado do PS, a recomendação "decorre" do que foi ouvindo de diferentes intervenientes.
A questão da privatização foi, por várias vezes, comentada ao longo do inquérito parlamentar, nomeadamente com os deputados do PS, BE e PCP a assinalarem que o PSD sempre quis retirar o banco da esfera estatal.
O Governo de António Costa tem frisado que a última capitalização da CGD, mesmo incluindo a venda de dívida subordinada a privados, assegura a manutenção da CGD na esfera pública.
"A CGD tem um papel determinante de âncora do sistema financeiro português e, sobretudo, porque se a CGD não estivesse nas mãos do Estado já tinha, provavelmente, sido vendida a capital estrangeiro e essa circunstância enfraqueceria muito a capacidade de manobra do país que, principalmente, em termos de crise, necessidade de instrumentos para implementar medidas anticíclias com interesse para os cidadãos, sejam empresas, sejam famílias", indica a síntese das recomendações apresentada esta quarta-feira.
Há outras sugestões, como a criação de mecanismos para tratar de crédito malparado do sistema financeiro e o reforço dos mecanismos de capitalização das empresas.
Além das recomendações, o deputado socialista também avançou com conclusões, como a indicação de que não houve pressão dos Governos para a concessão de créditos.