Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Redução dos balcões e caixas Multibanco pode penalizar 24 freguesias

O Banco de Portugal admite, num estudo, que a redução do número de caixas automáticas e balcões "possa vir, em breve, a colocar dificuldades no acesso a numerário" para 24 freguesias.

Mariline Alves/Correio da Manhã
21 de Julho de 2020 às 13:08
  • ...
A redução do número de balcões e de caixas Multibanco pode limitar o acesso a dinheiro por parte de populações de mais de duas dezenas de freguesias. A conclusão consta de um estudo publicado pelo Banco de Portugal (BdP), esta terça-feira, sobre a cobertura das redes de caixas automáticos e de balcões de instituições de crédito em termos de distribuição de numerário à população.

"Embora o número de agências bancárias e o número de caixas automáticos em Portugal tenham diminuído, respetivamente, 40% e 20% na última década e se reconheça a dificuldade que uma distância de 17 quilómetros possa representar para a população visada, os resultados do estudo agora publicado permitem concluir que as redes de caixas automáticos e balcões continuam a proporcionar uma ampla cobertura do território nacional em termos de distribuição de numerário", refere o BdP.

O regulador admite, porém, "que a redução do número de caixas automáticos e balcões possa vir, em breve, a colocar dificuldades no acesso a numerário, especialmente críticas em regiões mais periféricas e para a população mais vulnerável". São, ao todo, 24 as freguesias identificadas no estudo do banco agora liderado por Mário Centeno - o ex-ministro das Finanças tomou posse como governdor esta segunda-feira, substituindo Carlos Costa.

São freguesias dos municípios de Chaves (1), Vinhais (8), Miranda do Douro (1), Mogadouro (7), Idanha-a-Nova (1), Ourique (1), Mértola (4) e Alcoutim (1), revela o BdP, afirmando que se estas encontram "atualmente a mais de 15 quilómetros do ponto de acesso a numerário mais próximo ou, encontrando-se a mais de 10 quilómetros, pertencem a municípios onde cada caixa automático serve, em média, mais de 100 quilómetros quadrados de território". 

De acordo com o estudo, 78% da população em Portugal dispõe de uma caixa automática ou de um balcão a menos de um quilómetro da freguesia de residência e 98% a menos de 5 quilómetros. Em média, uma freguesia sem caixa automática ou balcão dista 3 quilómetros da caixa automática ou balcão mais próximo. A distância máxima identificada entre uma freguesia e o ponto de acesso a numerário mais próximo é de 17 quilómetros, em linha reta.

Regulador quer resposta para salvaguardar acesso
Neste sentido, o BdP diz
 "ser necessário estruturar, desde já, uma resposta que permita salvaguardar o acesso da população a notas e moedas, dado que o numerário continua a ser o instrumento de pagamento mais usado em Portugal". 

Mesmo com a pandemia, e apesar da forte quebra registada nos levantamentos, a circulação de notas em Portugal aumentou, refere o regulador. 

"Sem prejuízo de essa estratégia prever a realização de iniciativas de literacia financeira para promover o acesso a outros meios de pagamento e a canais bancários alternativos, o Banco de Portugal, mantendo a posição de neutralidade perante os diferentes instrumentos de pagamento, ponderará a utilização de ferramentas para mitigar os previsíveis efeitos decorrentes da existência de pontos de estrangulamento na rede de distribuição de numerário", remata.

Ver comentários
Saber mais Banco de Portugal banca balcões multibanco
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio