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PSD pede explicações "urgentes" a Costa sobre reuniões de Domingues com a Comissão

Luís Montenegro admite que presidente da Caixa possa ter tido acesso a informação privilegiada quando ainda estava no BPI e exige que o primeiro-ministro retire "consequências" no Governo e no banco público.

"O PSD espera que de uma vez por todas o primeiro-ministro não se esconda atrás de um álibi", afirmou Montenegro Bruno Simão
24 de Novembro de 2016 às 11:17
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O PSD quer esclarecimentos "urgentes" do primeiro-ministro sobre a participação de António Domingues em reuniões com a Comissão Europeia no âmbito do processo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), antes de ser líder do banco público, e exige que sejam retiradas "consequências" no Governo e também dentro do banco público desses factos.

"Tem de haver um esclarecimento cabal do primeiro-ministro", disse o líder parlamentar social-democrata, Luís Montenegro, numa conferência de imprensa no Parlamento, acrescentando que Costa é "o mentor" de todo este processo que dizer ser "opaco". Montenegro defendeu que depois desses esclarecimentos, que classificou de "urgentes", "tem de haver consequências quer no âmbito do Governo quer no âmbito da CGD", sob pena de o banco do Estado ficar "fragilizado". 

"O PSD espera que de uma vez por todas o primeiro-ministro não se esconda atrás de um álibi", afirmou o parlamentar, questionando António Costa sobre "quem mandatou António Domingues" para estar presente nas reuniões.

O secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, garantiu, em declarações ao Público e à TSF esta manhã, que não houve "informação confidencial" prestada nas duas reuniões em que António Domingues, presidente da CGD, esteve em Bruxelas e Frankfurt, antes de assumir o cargo no banco público e numa altura em que ainda era administrador do BPI. O objectivo era avaliar as condições do gestor para o cargo, que dependiam de decisões de organismos externos.


A primeira reunião aconteceu a 24 de Março, poucos dias depois do convite ter sido feito a Domingues, com Daniel Nouy, presidente do mecanismo único de supervisão europeu, um órgão ligado ao BCE. A segunda, a 7 de Abril, foi com a Direcção-Geral de Concorrência (DGCOMP), mas não contou com a presença da comissária europeia para a Concorrência e sim com o alemão que dirige este departamento.

Na quarta-feira, a Comissão Europeia e o BCE confirmaram a eurodeputados do PSD que existiram reuniões em que Domingues participou sem no entanto revelar datas (que vieram a ser conhecidas esta manhã através do Público e da TSF). 

Estas reuniões aconteceram antes de António Domingues entrar para a Caixa (o que só ocorreu ao 31 de Agosto) e quando ainda era administrador do BPI (de onde só saiu a 30 de Maio).

Luís Montenegro lembrou que o PSD já fez 30 perguntas ao Governo sobre esta matéria e defendeu que estas "não foram respondidas cabalmente". Além disso, o deputado social-democrata salienta que "se a informação [que António Domingues tinha na altura] era informação pública então ela deve ser facultada ao Parlamento". 

O deputado acrescenta que pode existir um "manifesto conflito de interesses" no facto de Domingues ainda ser administrador do BPI e estar nas reuniões com a Comissão e o Banco Central Europeu sobre no âmbito do processo de recapitalização do banco público. 

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