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PS: "PSD não é capaz de olhar para o sistema financeiro como um pilar da economia"

Parlamento debateu projectos do BE, PCP e PSD sobre Novo Banco. Sociais-democratas acusam partidos à esquerda do PS por fazerem "tiros de pólvora seca". PS preferiu atacar PSD por propor renegociação do empréstimo do Fundo de Resolução ao Novo Banco.

Bruno Simão/Negócios
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Eurico Brilhante Dias acusou esta sexta-feira o PSD de se ter transformado num partido que "não é capaz de olhar para o sistema financeiro como um pilar da economia" ao defender a revisão das condições do empréstimo do Fundo de Resolução ao Novo Banco. O deputado do PS defendeu que o partido liderado por Passos Coelho está "mais próximo do PCP e do Bloco de Esquerda".

As declarações do parlamentar socialista foram feitas no Parlamento, onde foram debatidas vários diplomas do PCP, do Bloco de Esquerda e do PSD sobre questão relacionadas com a banca.

Os parceiros do Governo entregaram projectos a defender a nacionalização do Novo Banco, depois do Executivo ter decidido vender o Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star. Já o PSD apresentou um projecto de resolução a recomendar a renegociação das condições do empréstimo do Fundo de Resolução do Novo Banco, que era de dois anos e que o Governo alargou por mais 30.

Brilhante Dias estranhou que o PSD peça no parlamento a renegociação de um empréstimo contraído quando o partido estava à frente do Governo, juntamente com o CDS, "e que o sistema financeiro não pode pagar em dois anos". E como não pode pagar o destino seria a "resolução", argumentou o parlamentar socialista para sustentar a acusação ao PSD.

Antes, o deputado social-democrata António Leitão Amaro tinha afirmado ainda ser do tempo em que as esquerdas "gritavam que eram contra mais dinheiro para a banca" e acusou Bloco de Esquerda e PCP de darem "tiros de pólvora seca" ao levarem ao Parlamento projectos de resolução que à partida têm chumbo garantido já que "ainda [têm] mais custos" para os contribuintes. Leitão Amaro lembrou que a estimativa de que o impacto orçamental ainda seria superior é do próprio Governo que BE e PCP apoiam na Assembleia.

Também o CDS acusou os partidos à esquerda do PS de promover "um dos maiores actos de fingimento" no Parlamento. A centrista Cecília Meireles desafiou a deputada bloquista Mariana Mortágua a "fazer alguma coisa além de se aborrecer", numa referência ao projecto de resolução do Bloco sobre o "descontentamento pela decisão de venda do Novo Banco sem consulta à Assembleia da República".

Mortágua respondeu que PSD e CDS devem "concentrar-se em encontrar" propostas próprias e lembrou que o Bloco votou a favor do aumento da contribuição extraordinária sobre a banca ao contrário do CDS.

No debate, o deputado do PCP Miguel Tiago defendeu a proposta comunista de integrar o Novo Banco no sector público bancário, bem como a identificação do património dos que lesaram o banco e a "renegociado a dívida privada no Novo Banco". 

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