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Presidente da Nani Holdings ajudou Banco de Portugal a vender Novo Banco em 2017

Evgeny Kazarez está na Nani Holdings, a sociedade que assumiu a posição da Lone Star no Novo Banco, desde 2019. Antes, fez parte da equipa que assessorou o Banco de Portugal na venda do banco. Regulador autorizou.

ANDRÉ KOSTERS
11 de Maio de 2021 às 16:40
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Evgeny Kazarez fez parte da equipa do Deutsche Bank que assessorou o Banco de Portugal e o Fundo de Resolução na venda do Novo Banco à Lone Star. Hoje, é o presidente da sociedade que representa o comprador do banco.

Estes factos foram revelados na comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco, numa audição realizada esta terça-feira, 11 de maio.

Durante a audição, Cecília Meireles, deputada do CDS, questionou Evgeny Kazarez sobre quais eram as suas funções antes de estar à frente do conselho de administração da Nani Holdings, a sociedade que assumiu a posição da Lone Star no Novo Banco. 

"Fui funcionário do Deutsche Bank em Londres", fazendo parte da equipa que era responsável por aconselhar entidades financeiras em transações, nomeadamente na Europa, disse Evgeny Kazarez aos deputados.  

E, como parte dessa equipa, "trabalhei em transações em Portugal" e fazia parte da equipa do Deutsche Bank "que aconselhou o Fundo de Resolução na venda do Novo Banco", revelou. 

Questionado por Cecília Meireles se não foram levantadas questões de incompatibilidade, Kazarez frisou que entrou na Nani Holdings em 2019, dois anos e meio depois de ter sido assinado o contrato de venda da instituição financeira liderada por António Ramalho, em 2017. 

Além disso, referiu que uma vez que a Nani Holdings é uma entidade regulada, foi sujeito a um processo de "fit and proper" por parte do Banco de Portugal, tendo obtido a aprovação do Banco Central Europeu. "Como parte dessa avaliação, tive de divulgar as minhas funções anteriores e atuais", referiu. E não houve oposição. 
"O Banco de Portugal não viu problema nenhum de os seus assessores na venda ser o administrador da Lone Star dois anos e meio depois", concluiu a deputada do CDS. 

Também João Cotrim de Figueiredo, da Iniciativa Liberal, questionou o responsável sobre um potencial conflito de interesses, já que quando saiu do Deutsche Bank foi para a a Hudson Advisers, empresa ligada à Lone Star. Mas Kazarev afastou qualquer conflito, notando que o fundo teve acesso à informação sobre o Novo Banco quando ficou com 75% do seu capital. 

(Notícia atualizada.)
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