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Paulo Macedo: "Há uma atracção diária de pôr a CGD na praça pública"

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, considera que tem havido demasiado ruído em torno do banco público nos últimos meses, atribuindo-o ao aproveitamento político-partidário.

Paulo Duarte/Negócios
10 de Maio de 2017 às 00:07
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"Há uma atracção diária de pôr a CGD na praça pública. Seja uma atracção partidária ou autárquica", lançou o responsável durante um jantar-debate sobre o sector bancário promovido na terça-feira, 9 de Maio, pela associação de antigos alunos do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa.

 

Paulo Macedo tinha sido questionado sobre a polémica em torno do fecho de balcões do banco estatal, realçando que existe um "grande escrutínio" sobre a entidade, "talvez maior do que o existente sobre uma empresa cotada".

 

O líder da CGD finalizou a sua intervenção falando do serviço móvel de balcões, feito com carrinhas, que o banco público pretende implementar para dar resposta às necessidades de serviços bancários nas zonas rurais e com populações envelhecidas prestar serviços bancários, agravadas com a recente onda de encerramento de agências.

 

"Não é apenas em Inglaterra que há estes exemplos. Também há em Espanha", vincou, mostrando um 'slide' com carrinhas da Abanca e do Bankia (instituições financeiras espanholas), e considerando que este "é um dos instrumentos para combater a exclusão financeira". E realçou: "Já ontem tivemos o conforto que o Banco de Portugal vai acelerar a sua decisão de autorizar este serviço".

 

De resto, Paulo Macedo apontou as "condicionantes actuais para a CGD", que passam (entre outras) pelo aumento de comissões, aumento da margem financeira, redução de custos com pessoal e redução de custos com estrutura.

 

"A CGD a aumentar comissões? A CGD a fazer o mesmo que os outros bancos? Está tudo bem, desde que não afecte as agências e as pessoas", atirou, bem-disposto, Paulo Macedo.

 

O gestor abordou ainda no seu discurso a temática da poupança e do investimento, e o papel que os bancos desempenham nesta matéria, sublinhando que, face às alterações recentes do negócio bancário, "cabe aos bancos diversificar a oferta" para captar as poupanças dos portugueses. "Nunca houve tanto dinheiro à ordem em Portugal", assinalou, justificando a situação com as baixas taxas de juro oferecidas pelos bancos nos depósitos bancários.

 

Segundo Paulo Macedo, face à fraca remuneração dos depositantes, os portugueses acabam por preferir consumir, baixando os níveis de poupança existentes. "Porque é que não vou consumir? Vou guardar para quê", questionou o responsável, colocando-se na pele dos clientes bancários.

 

"Há um trabalho a fazer para manter esta poupança dentro das instituições de crédito. Os incentivos não estão virados para um maior aforro e temos que fazer aqui alguma coisa", admitiu.

 

Quanto ao investimento, Paulo Macedo destacou que o que é necessário é haver confiança. E explicou que apesar de a liquidez dos bancos ter subido significativamente nos últimos anos, depois da fase mais aguda da crise, isso não significa necessariamente que haja maior disponibilidade para conceder financiamento à economia, até devido aos "requisitos de fundos próprios cada vez mais elevados" que são exigidos à banca.

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