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Passos diz que portugueses não têm culpa nem têm de pagar pela falência do GES

O antigo líder de Governo critica a opacidade do Governo quanto à solução acordada com os "lesados" do papel comercial vendido pelo BES e diz que seria "intolerável" pôr os contribuintes a pagar.

22 de Dezembro de 2016 às 11:51
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O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho criticou o que disse ser a opacidade da solução desenhada pelo Governo para compensar os lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) e considerou que será "intolerável" se os contribuintes vierem a suportar essas perdas.

"Isso seria muito negativo. Os portugueses não têm nenhuma culpa [na falência do Grupo Espírito Santo] e não têm nada que pagar por esse processo. Seria uma coisa intolerável", afirmou em Cascais o líder do PSD esta quinta-feira, 22 de Dezembro, em declarações aos jornalistas transmitidas pela TVI 24.

Passos criticou ainda as "encenações" feitas pelo Executivo de António Costa para explicar a solução encontrada para que os "lesados" do papel comercial do GES recuperem o seu investimento, acusando o Governo do "vício" de não querer assumir a paternidade de medidas que vai deixando passar para a comunicação social.

Acrescentando que será um "engano" se o modelo encontrado envolver risco para os contribuintes, disse esperar que primeiro-ministro possa esclarecer esta quinta-feira, no debate quinzenal, os contornos da solução.

O Governo anunciou na segunda-feira uma solução para os clientes do BES lesados na compra de 485 milhões de euros em papel comercial do universo Espírito Santo, que serão reembolsados até 286 milhões. Mas não explicou quem pagará. Esta quinta-feira, o Negócios antecipa que o plano poderá terá impacto nas contas públicas, já que envolve garantias de entidades do Estado.

Em declarações prestadas no final do Conselho da Diáspora, Passos referiu-se ainda ao Orçamento do Estado para 2017, ontem promulgado pelo Presidente da República, como tendo sido feito à custa de medidas parecidas com as que o Governo usou em 2016, "extraordinárias, coisas que não se podem repetir".

"Querer atingir essas metas à custa de coisas que não são repetíveis não é sustentável, não é se não um artificialismo que não promete coisas sustentáveis para futuro", afirmou, dizendo esperar que o documento seja aplicado com mais transparência do que o deste ano e referindo-se ao fecho do ano com um défice em torno dos 2,5% como uma "pequena redução."

Passos referiu-se ainda às eleições autárquicas, depois de o Expresso no fim-de-semana ter dado conta da aproximação do PSD ao CDS para negociar um apoio a Assunção Cristas como candidata à Câmara de Lisboa.

"Se não for possível virmos a ter uma coligação com o CDS em Lisboa e no Porto, não quer dizer que não possamos ser parceiros naturais," afirmou, dizendo não estar "preocupado nesta fase" com essa situação, mas antes em "encontrar alternativas sérias ao Partido Socialista."

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