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PAN quer inquérito ao Banif mas sem "brincar aos bancos falidos"
Para o partido representado por André Silva, "existem responsabilidades políticas da parte do anterior Governo" na queda do Banif. E também o regulador tem de retirar consequências.
O PAN acredita que tem de existir uma comissão de inquérito parlamentar ao Banif, sendo, aliás, uma iniciativa "fundamental".
"Cabe ao Parlamento fiscalizar estas práticas lesivas do interesse dos cidadãos portugueses, e uma comissão parlamentar de inquérito cumpre esse objectivo", indica o partido liderado por André Silva (na foto) em comunicado enviado às redacções.
Com a posição do PAN, todos os partidos representados na Assembleia da República consideram que deve ser constituída uma comissão parlamentar de inquérito para averiguar o que justificou a necessidade de acabar com o Banif.
Este domingo, 20 de Dezembro, foi aprovada uma medida de resolução ao Banif, com a venda da actividade e dos activos e passivos saudáveis ao Santander, numa operação que envolve 2,25 mil milhões de euros de dinheiro dos contribuintes.
Há, para já, algumas certezas, na óptica do partido que conta com um dos 230 deputados da Assembleia da República: "existem responsabilidades políticas da parte do anterior Governo, uma vez que, após as ocorrências do BPN, BCP/Millennium, BES, devia e sabia da situação do Banif". Contudo, segundo o partido, "por motivos eleitorais, [o Governo de Passos Coelho] preferiu esconder o conhecimento dos problemas, procurando desse modo desresponsabilizar-se do trabalho que deveria ter sido feito de modo a assegurar os depositantes e o próprio sistema bancário".
Mas há "responsabilidades políticas e institucionais", com o partido de André Silva a apontar o dedo ao Executivo de Passos Coelho mas também ao supervisor do sector financeiro: "exige-se do Banco de Portugal práticas de supervisão que salvaguardem os contribuintes portugueses e não práticas bancárias que sistematicamente lesam os interesses financeiros do erário público".
Para o PAN, há mais de 20 mil milhões de euros aplicados, nos últimos quatro anos, em bancos. "Aquilo que o PAN receia é que se continue a brincar aos bancos falidos e às comissões de inquérito, sem que decorram quaisquer consequências ou apuramento de responsabilidades, resultando daqui que o cidadão português seja sempre o prejudicado".