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Os desafios da gestão do Novo Banco nos próximos meses

Em paralelo ao processo de venda, a equipa de Stock da Cunha vai ter de continuar a gerir o Novo Banco. Recuperar os depósitos perdidos e defender o negócio e a solidez da instituição são os principais desafios.

Bruno Simão/Negócios
31 de Dezembro de 2014 às 07:26
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Nos próximos meses, enquanto decorre o processo de venda do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha e a sua equipa vão ter de continuar a gerir a instituição. Conheça os principais desafios com que o banco se depara.

 

Recuperar depósitos

Recuperar os depósitos perdidos durante todo o Verão foi a primeira grande aposta comercial da gestão do Novo Banco. E este continua a ser um dos principais desafios da instituição, já que, se mostrar capacidade de recuperar poupanças de clientes, o banco de transição dá sinais de que está a recuperar a confiança dos clientes. Foi por esta razão que o banco lançou em Outubro uma campanha agressiva de captação de depósitos, oferecendo das taxas de remuneração mais elevadas no mercado. De acordo com os dados disponibilizados há cerca de um mês, esta campanha permitiu captar cerca de 2.000 milhões de euros em depósitos. Mas ainda é preciso percorrer um longo caminho até compensar a saída de cerca de dez mil milhões de euros em poupanças.

 

Defender a carteira de crédito

A carteira de financiamento a empresas é uma das maiores vantagens competitivas do Novo Banco, uma vez que, com uma quota de mercado de 22%, é líder neste segmento de clientes. No entanto, é também nesta frente que mais se poderão fazer sentir os efeitos da concorrência. O crédito a empresas, designadamente PME, é a principal aposta da generalidade das instituições financeiras para reforçarem a sua rentabilidade. Isto porque estes financiamentos permitem um ajustamento rápido às condições de mercado.

 

Proteger posição de liquidez

A aposta na captação de depósitos é uma das armas do Novo Banco para conseguir ter uma posição de liquidez confortável que lhe permita ir fazendo face aos seus compromissos, seja o reembolso de emissões de dívida, seja a redução da exposição ao Banco Central Europeu ou outras necessidades. Foi com esta preocupação que a instituição pediu, recentemente, o adiamento do prazo de reembolso de uma emissão de dívida garantida pelo Estado.

 

Salvaguardar a solidez

Mostrar que o banco é sólido e tem capacidade de gerar capital é outro dos desafios da equipa de Stock da Cunha. Nesse sentido, uma das preocupações será fazer uma gestão mais eficiente do balanço, por exemplo, procurando reduzir o risco da carteira de crédito. No balanço de abertura, o Novo Banco apresentava um rácio de solidez de 9,2%, percentagem que terá passado para cerca de 10% após a transferência de uma dívida à Oak Finance, da Goldman Sachs, para o BES.

 

Ajustar rede de balcões e quadro de pessoal

Com uma rede de 630 balcões e um quadro de pessoal em Portugal de mais de seis mil trabalhadores, a gestão do Novo Banco poderá aproveitar os próximos meses para fazer ajustamentos na sua capacidade instalada. No entanto, deverão ser sempre ajustamentos pontuais, sobretudo, para mostrar o potencial de redução de custos. Não é expectável que a actual gestão tome decisões estruturais nesta matéria, uma vez que o horizonte do seu mandato é curto. As medidas mais radicais de reestruturação deverão ser deixadas para o futuro comprador, até porque esta será uma das formas de rentabilizar o investimento feito na compra da instituição.

 

Recuperar rentabilidade

Mais do que pôr o banco a dar novamente lucros, o desafio de Stock da Cunha será o de ajudar a criar condições que mostrem que o Novo Banco pode ser rentável. Este trabalho pode ser feito mostrando capacidade de crescimento da concessão de crédito ou potencial de redução de custos. Outra ajuda será o facto de o balanço inicial da instituição ter tido uma política de provisionamento conservadora, o que poderá reduzir o esforço de registo de imparidades nos próximos meses.

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