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Novo Banco que vai ser vendido tem uma herança chamada GES
O papel comercial de sociedades como a ESI e a Rioforte vendido aos balcões do BES é um dos factores que mostra a exposição que o Novo Banco ainda tem a empresas do grupo Espírito Santo.
O Novo Banco que vai ser vendido ainda tem perto de 450 milhões de euros em risco em empresas do Grupo Espírito Santo. Além disso, também tem responsabilidade sobre as soluções para produtos financeiros como o papel comercial.
No balanço da instituição presidida por Eduardo Stock da Cunha, consta a informação sobre estes 450 milhões de euros que não passaram para o veículo financeiro que ficou com os activos e passivos considerados problemáticos e que transitaram para o Novo Banco. 80% do valor está coberto por imparidades.
Em causa estão investimentos em aplicações do banco do Panamá, do Espírito Santo Financial Group ou do Banque Privée, tudo instituições do Grupo Espírito Santo em insolvência ou sob intervenção.
O Banco de Portugal sempre afirmou que a ponte que liga o Novo Banco e o BES "mau" está permanentemente aberta até à venda do primeiro, pelo que o perímetro está sempre sujeito a alterações.
Além disso, o Novo Banco também terá na sua pendência a solução de produtos financeiros do GES. O papel comercial emitido pelas sociedades Rioforte e Espírito Santo International e vendido nos balcões do BES poderá ser recuperado pelos subscritores no muito longo prazo e sob determinadas condições, ainda não descritas. A solução só virá em 2015. Além disso, também se procura ainda a proposta comercial a fazer aos clientes não residentes em Portugal que investiram em acções preferenciais através de diversos veículos – que o BES utilizou para se financiar.
O Banco de Portugal quer alienar o Novo Banco até à primeira metade de 2015, embora tenha o limite apenas em Agosto de 2016, quando se cumprirem dois anos da resolução.