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Novo Banco "determinado" em "comprar aos clientes" papel comercial do GES

Depois da autorização do Banco de Portugal, a instituição que herdou os principais activos do BES reiterou a intenção de pagar aos clientes de retalho o papel comercial da ESI e Rioforte. Em breve, apresenta propostas para essa aquisição.

Sara Matos/Negócios
14 de Agosto de 2014 às 18:32
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O Novo Banco diz-se "determinado" em adquirir o papel comercial (dívida de muito curto prazo) emitido por empresas do Grupo Espírito Santo, a Espírito Santo International e a Rioforte.


"O Novo Banco está determinado em comprar aos clientes de retalho do Novo Banco o papel comercial da ESI e RioForte, subscritos na rede de retalho do BES até 14 de Fevereiro de 2014, tal como fora anteriormente afirmado pelo BES", indica um comunicado enviado pela instituição financeira sob o comando de Vítor Bento (na foto).

 

A declaração do Novo Banco foi publicada depois de o Banco de Portugal lhe ter autorizado a possibilidade de adquirir tal papel comercial. Aliás, o Novo Banco já havia reiterado a intenção de proceder a esse reembolso aos clientes do BES, mas sempre disse estar à espera de uma autorização do regulador.

 

"Este processo sofreu algum atraso, face ao que era desejado pelo Novo Banco, atendendo à necessidade de acerto de algumas questões técnicas com o Banco de Portugal, nomeadamente salvaguarda de obrigações prudenciais e de outras obrigações que resultaram do próprio processo de resolução", explica o próprio Novo Banco no comunicado.

 

Apesar da autorização dada esta quarta-feira, ainda há aspectos a resolver. E o Novo Banco acredita que conseguirá solucioná-los, em diálogo com o Banco de Portugal, no "curto prazo". Depois disso, o banco de transição que resultou da divisão do BES quer "apresentar aos clientes propostas comerciais de compra do referido papel comercial".

 

Como já havia dito o Banco de Portugal, e reiterou o Novo Banco, só os clientes de retalho serão ressarcidos - o mesmo é dizer que os clientes institucionais não receberão. Além disso, só mesmo os clientes que compraram aqueles títulos de dívida de empresas do GES até 14 de Fevereiro é que terão o capital devolvido.

 

De acordo com as contas do primeiro semestre do BES, a dívida da ESI e da Rioforte no balanço do banco era de 641 milhões de euros. A exposição ao universo GES chegava aos 1.100 milhões (no caso de clientes de retalho), tendo sido provisionadas perdas de 856 milhões - um dos motivos para os prejuízos históricos de 3.577 milhões de euros que acabaram por ditar a resolução da histórica instituição financeira.

 

A dívida emitida pelo GES e subscrita por clientes do BES totalizava 3.107 milhões de euros no final do primeiro semestre. Além dos 1.100 milhões colocada em clientes normais (não qualificados), 2.007 milhões foram subscritos por clientes institucionais, ou seja, investidores qualificados, como empresas de grande dimensão.

 

Alguns dos investimentos já foram pagos entretanto, sabe o Negócios, embora sem certezas de que montante se trata. Nessa devolução, que foi feita pelo BES já sob a administração de Vítor Bento (mas ainda antes de transformado em Novo Banco), só foi pago o capital investido, ou seja, os investidores não receberam juros. O BES constituiu uma provisão de 856 milhões de euros para cobrir a exposição à ESI e à Rioforte.  

 

(Notícia actualizada às 20h08: o Novo Banco emitiu uma correcção do comunicado , dizendo que os contactos com o Banco de Portugal e as propostas comerciais feitas a clientes serão feitos "no curto prazo" e não "nos primeiros dias da próxima semana", como enviado na versão inicial)

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