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Novo Banco declara despedimento colectivo de 56 trabalhadores

Num comunicado enviado às redacções, a comissão de trabalhadores do Novo Banco acusa a gestão de Stock da Cunha de ter interrompido as negociações e ter concluído o despedimento colectivo de forma unilateral.

Miguel Baltazar
16 de Junho de 2016 às 15:32
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O Novo Banco avançou mesmo para o despedimento colectivo de 56 funcionários, segundo informou a comissão nacional de trabalhadores da instituição. Em comunicado, o órgão representante dos trabalhadores defende que a instituição financeira interrompeu "abruptamente as negociações".

 

Saindo das negociações, o despedimento colectivo de 56 colaboradores, uma intenção já assumida pelo banco, avança mesmo. "Continuamos a ser fortes opositores ao despedimento colectivo, pois é nosso entendimento que não foram esgotadas outras formas possíveis de redução de trabalhadores, tais como: reformas antecipadas, rescisões de contrato de forma voluntária e por mútuo acordo, pré-reformas ou mesmo redução do horário de trabalho", indica o comunicado da comissão de trabalhadores.

 

Ainda não foi possível obter uma reacção do banco em relação a este processo que tem sido muito criticado pelos sindicatos, que foi discutido no Parlamento e que está, aliás, a ser averiguado pela Autoridade para as Condições do Trabalho. O caso também chegou a tribunal: o Novo Banco foi obrigado pelo Tribunal do Trabalho do Porto a reintegrar um dos trabalhadores visado pelo processo já que, quando decidiu avançar para o despedimento colectivo, impediu os funcionários de aceder ao seu local de trabalho.

 

Os 56 visados no processo recusaram a rescisão por mútuo acordo proposta pela gestão de Eduardo Stock da Cunha, motivo pelo qual foram depois alvo do despedimento colectivo. Perante a Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, o Novo Banco comprometeu-se a reduzir o quadro de pessoal em 1.000 funcionários de modo a cortar 150 milhões de euros em custos. 500 foram saídas naturais como reformas e pré-reformas; a quase totalidade da outra metade foi conseguida por rescisões por mútuo acordo. Nos primeiros três meses do ano saíram do banco 436 colaboradores, segundo o relatório e contas daquele período – mais do que os 411 que tinham abandonado o banco em todo o ano de 2015.

 

No comunicado, a comissão de trabalhadores também dispara contra o Governo: "Lamentamos o alheamento quase total do Governo e das forças politicas deste país, em todo o processo da redução de trabalhadores no Novo Banco". Aliás, um dos sindicatos da banca, o Sintaf, colocou uma acção contra o Ministério do Trabalho, liderado por Vieira da Silva, por não ter impedido os despedimentos. 

 

"Apelamos, alertamos e responsabilizamos as autoridades máximas do nosso país, tais como: Presidente da República, primeiro-ministro, ministro do Trabalho e Segurança Social e os diversos partidos políticos com assento parlamentar, para a situação muito grave que os trabalhadores do Novo Banco estão a enfrentar, cujas consequências finais poderão vir a ser dramáticas para muitas famílias", continua ainda o documento enviado às redacções. O Banco de Portugal tem-se mantido afastado do processo, dizendo que não cabe ao regulador avaliar as legalidades do processo.

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