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Novo Banco vende sucursal em Espanha ao Abanca
O espanhol Abanca vai comprar as operações do Novo Banco no país vizinho, onde contava com 10 agências e 172 colaboradores. O valor do negócio não foi revelado.
O Novo Banco fechou um acordo com o espanhol Abanca para a venda das suas operações em Espanha, concluindo desta forma um processo que tinha em curso desde maio do ano passado.
Em comunicado emitido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Novo Banco adianta que, com este acordo, "aliena as operações de retalho, banca privada e PME em Espanha, incluindo 10 balcões e respetivos colaboradores".
O banco não revela o valor da transação mas assegura tratar-se da opção "mais adequada de desinvestimento do negócio", e que garante a manutenção de serviço aos clientes e perspetivas atrativas de longo prazo para clientes e colaboradores no país vizinho.
"A venda é consistente com o plano estratégico do Banco, executado de forma a cumprir com os compromissos definidos para 2021, assumidos pelo Estado Português perante a Comissão Europeia em 2017 no contexto da venda de uma participação do capital social do Novo Banco", acrescenta ainda a entidade liderada por António Ramalho, que espera da operação um impacto marginal no resultado líquido deste ano, um aumento de 55 pontos base no rácio CET1 e um efeito positivo nos rácios de liquidez.
O negócio, que deverá estar concluído no segundo semestre deste ano, permitirá ao espanhol Abanca atingir os 100 mil milhões de euros de volume de negócio, segundo um comunicado da instituição sediada na Galiza.
"Após a operação, o ABANCA passará a ter um volume de ativos de 71.338 milhões de euros e a gerir 42.368 milhões de euros de crédito a clientes, 46.037 milhões de euros de depósitos e 11.789 milhões de euros de passivos fora do balanço. Contará com 6.312 colaboradores e 745 agências", detalha o banco.
Já em junho do ano passado, um mês após o anúncio da venda da sucursal do Novo Banco em Espanha, a imprensa especializada do país vizinho avançava que o Abanca - que desistiu de comprar o EuroBic – foi das primeiras entidades a manifestar interesse. Além disso, a imprensa adiantava que o negócio, que atraiu um número limitado de potenciais compradores, deveria ser fechado por menos de 100 milhões de euros.
O Novo Banco revelou, no final do mês passado, que fechou 2020 com prejuízos de 1.329,3 milhões de euros, acima das perdas de 1.058,8 milhões de euros registadas no ano anterior.
Com base nestas contas, a instituição liderada por António Ramalho vai pedir uma injeção de capital de 598,3 milhões de euros, acima do que estava estimado no Orçamento do Estado para 2021.