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Novo Banco melhora resultados mas apresenta prejuízos de 359 milhões de euros
O Novo Banco melhorou o produto bancário até Setembro. Os custos caíram. A "função fiscal" também ajudou as contas. Contudo, continuam a aumentar as provisões constituídas para cobrir perdas futuras em créditos.
O Novo Banco registou prejuízos de 359 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que representa uma melhoria de 14,3% em relação aos 418,7 milhões de euros verificados entre Janeiro e Setembro de 2015.
Por um lado, melhorou o produto bancário e deslizaram os custos operacionais sendo que, segundo o comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a "função fiscal" também ajudou as contas. Contudo, por outro lado, subiram as provisões constituídas para cobrir perdas futuras em créditos passados.
Em termos trimestrais, esta evolução de indicadores acabou por permitir que o Novo Banco conseguisse verificar algo inédito na história: especificamente no terceiro trimestre, teve um "resultado líquido marginalmente positivo no montante de 3,7 milhões de euros".
Começando pelo produto bancário (as receitas de uma instituição financeira), o banco presidido por António Ramalho (na foto) verificou um aumento de 7,5% para 667,7 milhões de euros, ajudado pela subida de 29,2% da margem financeira, que tem beneficiado do baixo custo dos depósitos.
Já os custos operacionais do banco herdeiro do Banco Espírito Santo deslizaram 24,3% para 449,9 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano em relação ao mesmo período do ano anterior. Neste campo, a instituição financeira cortou pessoal (houve rescisão com 1.062 colaboradores) e reduziu balcões.
Deduzindo os custos operacionais ao produto, o resultado operacional da instituição financeira ascendeu, em Setembro, a 217,7 milhões de euros. É um crescimento "assinalável" face aos 26,4 milhões de euros um ano antes, defende o banco que, nos primeiros nove meses do ano, registou uma descida da carteira de crédito e do montante de depósitos.
Neste período, em que o Novo Banco completou dois anos de actividade, a constituição de provisões para cobrir eventuais perdas continua a aumentar. "O montante afecto a provisões, no valor de 762,2 milhões de euros representa um acréscimo de 298,3 milhões de euros face ao período homólogo de 2015, dando continuidade ao esforço de consolidação do Novo Banco". Em termos relativos, este é um agravamento de 64%. O Novo Banco foi constituído como o banco com os activos e passivos considerados saudáveis do BES.
O rácio de capital Common Equity Tier 1 fixou-se, no final de Setembro, em 12,3%, uma subida de 0,3 pontos percentuais face a Junho. Contudo, comparando com o final do ano, o rácio é infeiror. Em Dezembro, estava em 13,5%.
(Notícia rectificada às 17:21 para esclarecer que as provisões são para cobrir eventuais perdas futuras em créditos concedidos no passado e não para créditos futuros como, por lapso, estava escrito)