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Novo Banco: Marcelo diz que "em tempos de pandemia e de guerra dispensamos obras de Santa Engrácia"

Presidente da República, que já no passado criticou os contornos das injeções públicas de capital no Novo Banco, acredita que esta não é a melhor altura para se falar de uma nova chamada no valor de 200 milhões de euros.

Miguel A. Lopes / Lusa
08 de Março de 2022 às 18:17
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O Presidente da República voltou esta terça-feira a deixar no ar críticas à administração do Novo Banco, que deverá pedir uma injeção de 200 milhões depois de ter lucros do mesmo valor.

"Eu não gosto de comentar questões específicas e esta é uma questão específica que já dura há muito tempo e, estando nós com tantos problemas para enfentar, não vale a pena juntar mais um problema que dê a sensação de obras de Santa Engrácia", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas à margem da apresentação do Projeto: Queijeiras - Livro "As Guardiãs da Montanha", no Museu dos Coches.

O Chefe de Estado explicou depois que aquela era uma expressão muito usada para "falar de uma obra que demorava séculos a acabar". "Nestes tempos de pandemia e de guerra dispensamos obras de Santa Engrácia", frisou Marcelo.

O Presidente da República assegurou que vai esperar pela assembleia-geral do Novo Banco, "que está marcada para o mês de março e depois pela posse do Governo para ver qual é a atitude do Governo e a posição do Fundo de Resolução". "Se for caso disso, direi qualquer coisa", enfatizou.

O Novo Banco prepara-se para pedir mais 200 milhões de euros ao Fundo de Resolução, apurou o Negócios. A chamada de capital vai acontecer depois de a instituição financeira apresentar resultados líquidos positivos de valor semelhante, que deverá ser comunicado ao mercado esta quarta-feira.

 

A instituição liderada por António Ramalho apresentará assim resultados positivos pela primeira vez desde que foi criada em 2014 para suceder ao Banco Espírito Santo (BES).

Desde 2018, o Novo Banco já recebeu 3,4 mil milhões de euros de injeções de capital do Fundo de Resolução (de um máximo de 3,9 mil milhões).

Já no passado as injeções de capital no Novo Banco abriram um aceso debate, incluindo dentro do próprio Executivo que culminou na saída do então ministro das Finanças, Mário Centeno, do Executivo.

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