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ASF crê que Novo Banco se desinteressou da GNB Vida quando teve de a vender

A presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), Margarida Corrêa de Aguiar, disse esta sexta-feira que o Novo Banco parece ter-se desinteressado da seguradora GNB Vida no momento em que teve de a vender.

Pedro Catarino
04 de Junho de 2021 às 17:55
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"A verdade é que a partir do momento em que a companhia foi colocada numa posição 'é preciso vender', o Novo Banco parece ter-se desinteressado da companhia. Podia ter feito ao contrário", disse hoje no parlamento a presidente do regulador do setor segurador.

Margarida Corrêa de Aguiar foi hoje ouvida na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, e respondia ao deputado Hugo Carneiro (PSD).

"A companhia estava parada, e os seus ativos, de forma geral, sofreram desvalorizações", disse ainda a responsável do setor segurador.

Hugo Carneiro fez uma observação de uma "coisa estranha", ao lembrar que "o canal de distribuição da companhia era o Novo Banco", e ao concluir que, "se a companhia se estava a desvalorizar, é porque o Novo Banco deixou de ser um canal de distribuição".

"Exatamente, foi isso que se passou", anuiu Margarida Corrêa de Aguiar, apesar de não se querer "imiscuir nas estratégias comerciais do Novo Banco", mas lembrando mais à frente que havia um prazo para a venda da GNB Vida.

"Isto não é racional. Se o Novo Banco quer valorizar o seu ativo, vai tentar usar o canal de distribuição que tem da rede comercial do banco para tentar vender ao máximo de clientes possível os produtos da companhia. Deixou de o fazer", disse ainda o deputado do PSD.

A presidente da ASF afirmou que perguntas sobre esse assunto teriam que ser feitas "ao Novo Banco e ao Fundo de Resolução", acrescentando que a desvalorização da companhia também "vem de trás" e "não ocorre apenas durante este período mais curto" associado ao processo de venda.

Antes, em resposta ao deputado Fernando Paulo Ferreira (PS), Margarida Corrêa de Aguiar considerou que a gestão atual da GNB Vida está com "uma tendência positiva", mas "não com a aceleração" de que gostaria, relevando o canal de exclusividade que a atual GamaLife (nova designação da GNB Vida) terá nos balcões do Novo Banco durante 20 anos.

"Se este canal de exclusividade funcionar, isto é um ativo para a empresa. Não basta ter o canal de exclusividade, a empresa tem que ter uma carteira de oferta de produtos suficientemente atrativa para interessar especialmente quem? Os clientes do Novo Banco", referiu.

"Vai levar muito tempo e vai depender de muitos fatores", considerou ainda a presidente do regulador dos seguros.

A seguradora GNB Vida já foi tema de discussão nas últimas semanas na comissão de inquérito.

O antigo ativo do Novo Banco foi objeto de uma oferta inicial de 191 milhões de euros (mais 125 milhões variáveis), que desceu posteriormente para 81 milhões de euros, tendo sido acrescentadas adendas que subiram o preço final para 123 milhões de euros.

Entretanto, o Novo Banco já pediu autorização ao Fundo de Resolução para devolver 14,3 milhões de euros à Apax Partners, compradora da seguradora GNB Vida, devido a diferendos relativos a alegadas informações erradas.
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