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Novo Banco arrisca mais perdas milionárias com 18 grandes devedores

Os grupos de Luís Filipe Vieira, Joe Berardo e José Guilherme integram o lote de devedores do antigo BES que ainda podem gerar prejuízos suplementares acima de mil milhões de euros, a suportar pelos contribuintes portugueses.

Luís Filipe Vieira, dono da Promovalor, foi chamado ao Parlamento no âmbito da comissão de inquérito ao Novo Banco.
António Cotrim/Lusa
17 de Maio de 2021 às 10:07
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Um grupo de 18 grandes devedores pode gerar novas perdas a suportar pelos contribuintes portugueses num valor superior a mil milhões de euros no Novo Banco (NB), a que se somam os prejuízos acumulados e registados entre julho de 2016 e o final de 2018 no valor de 1,21 mil milhões de euros.

 

Metade do risco está concentrado em quatro grandes devedores: 131 milhões de euros da Promovalor, de Luís Filipe Vieira; 131 milhões do Grupo Pelicano, fundado por Joaquim Mendes Duarte; 121 milhões do Grupo Elevo, que concentrou várias empresas imobiliárias num fundo de investimento; e 116 milhões de José Guilherme, empresário da Amadora que deu um presente de 14 milhões a Ricardo Salgado.

 

De acordo com o CM, que cita esta segunda-feira, 17 de maio, a auditoria da Deloitte ao NB, os grupos Obriverca (90 milhões), Imatosgil (86 milhões) e Berardo (78 milhões) têm também um risco de perdas elevadas. Por outro lado, pelo facto de o banco já ter registado as perdas mais elevadas no período anterior ao final de 2018, os grupos Moniz da Maia e Ongoing têm nesta fase um risco de imparidades muito inferior.

 

A segunda auditoria da Deloitte ao Novo Banco, referente ao ano de 2019, detetou também que, em alguns casos, o banco liderado por António Ramalho não cumpriu as normas relativamente à frequência com que devem ser reavaliados os imóveis em carteira. Foi o caso de cinco ativos imobiliários, com um valor superior a 20 milhões de euros no balanço da instituição financeira.

A comissão parlamentar de inquérito ao NB entra esta semana numa fase decisiva, que arranca já esta segunda-feira, 17 de maio, com a audição de Carlos Costa, ex-governador do Banco de Portugal. No dia seguinte é a vez do Luís Máximo dos Santos, presidente do Fundo de Resolução, e de Mário Centeno, antigo ministro das Finanças e atual governador do banco central. Na quarta-feira é António Ramalho que enfrenta os deputados e na quinta-feira, a partir do Brasil, é inquirido Nuno Vasconcellos (Ongoing).

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