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"Não consigo encontrar explicação para o destino dado ao relatório" do BES, diz Costa Pinto
João Costa Pinto esperava que o relatório sobre a atuação do regulador no caso BES fosse alvo de uma discussão interna no Banco de Portugal. E considera que o documento devia ser público.
"Sinceramente não consigo encontrar uma explicação para o destino que foi dado ao relatório", afirmou o também ex-presidente do conselho de auditoria do regulador na primeira audição da comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco, quando questionado pelo socialista João Paulo Correia porque razão o relatório foi "parar ao cofre" do então governador Carlos Costa.
No entanto, apenas Carlos Costa, que foi quem pediu o relatório, "poderá explicar por que é que o relatório não foi objeto de qualquer discussão interna no banco", disse Costa Pinto, referindo ainda que, depois de ler novamente o relatório para se preparar para a audição, "não mudaria nada".
O responsável afirmou ainda que este relatório "já devia ter sido tornado público há muito tempo", porque o facto de se manter secreto acabou por "mitificar" o documento e "acaba por se querer ver lá até o que lá não está. E isso não é seguramente bom para o Banco de Portugal", rematou.
O chamado relatório Costa Pinto, que analisou a atuação do Banco de Portugal no caso BES, era desconhecido dos deputados até há pouco tempo. Depois de muitos pedidos, nomeadamente por parte do Bloco de Esquerda, o documento foi entregue no Parlamento, mas mantém-se confidencial.
Em causa está o Relatório da Comissão de Avaliação das Decisões e Atuação do Banco de Portugal na Supervisão do BES, elaborado por uma comissão de auditoria independente liderada pelo antigo vice-governador João Costa Pinto.
(Notícia atualizada.)