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Mutualistas votam abertura de capital do Montepio a 24 de Abril
A Caixa Económica Montepio Geral já aprovou a transformação em sociedade anónima na semana passada mas só é oficial com a ratificação por parte da sua dona, a mutualista. A reunião é a 24 de Abril ou, se não for possível, a 9 de Maio.
Os mutualistas do Montepio vão votar, no próximo dia 24 de Abril, a transformação da Caixa Económica Montepio Geral em sociedade anónima. Através da decisão, é determinada a abertura de capital da instituição financeira e é certo que a associação deixará de ser a única dona da instituição bancária.
Na semana passada, a mudança para sociedade anónima do Montepio, até aqui tinha uma natureza fundacional, foi aprovada pela assembleia-geral da própria caixa económica, com os correspondentes novos estatutos. Falta, agora, a ratificação dessa decisão por parte da assembleia-geral da associação mutualista.
Na convocatória tornada pública este sábado, 8 de Abril, a associação presidida por António Tomás Correia (na foto) agendou para as 20:00 de dia 24 a reunião extraordinária de associados para deliberar "sobre a ratificação das deliberações da assembleia-geral da Caixa Económica Montepio Geral que aprovaram a respectiva transformação em sociedade comercial sob forma anónima e os estatutos por que passará a reger-se". O encontro está marcado para o Coliseu dos Recreios.
Não havendo quórum nesse dia, ou seja, não contando com pelo menos dois terços dos associados com poder de voto, o encontro fica desde já agendado para 9 de Maio pelas 21:00. Normalmente, estas reuniões em segunda convocatória costumam ocorrer no mesmo dia, embora nesta assembleia haja duas semanas de intervalo. Só podem votar nesta assembleia os associados efectivos ("que paguem a jóia e a quota associativa e subscrevam uma ou mais modalidades"), maiores de idade e que tenham sido admitidos há mais de dois anos. Não há um número indicativo de votantes sendo que, no final do ano, contavam-se 632.477 associados.
Assim, conforme a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) antecipou ao Negócios, é até ao final do próximo mês de Maio que deverá, depois da ratificação, haver o registo na conservatória desta modificação dos estatutos da caixa económica sob o comando de José Félix Morgado.
Uma das implicações imediatas desta transformação, que foi determinada pelo Banco de Portugal, é a extinção do fundo de participação constituído em 2013. Isto porque as unidades deste fundo serão convertidas em acções representativas do capital social da instituição financeira.
Com essa mudança, a mutualista vai passar a deter 94,7% da caixa económica (quando agora era a única detentora), sendo que os restantes 5,3% ficam nas mãos daqueles que, até agora, são titulares de unidades de participação admitidas à negociação na Bolsa de Lisboa e que compõem, aliás, o índice PSI-20.