“O desinvestimento no Millennium Bank Greece (MBG) é positivo para a qualidade do crédito do BCP porque reduz significativamente a exposição do banco à Grécia”, escreve a analista sénior e vice-presidente da Moody’s Pepa Mori em nota de análise.

A Moody’s salienta que a injecção de 400 milhões de euros que o BCP fará no banco, antes de o vender, não irá afectar os níveis de solvabilidade do banco, já que o banco português já aprovisionou 427 milhões de euros em 2012 para salvaguardar eventuais perdas na Grécia.

Mais reservas tem a Moody’s acerca dos 400 milhões adicionais que o BCP irá investir no aumento de capital do Piraeus, o banco grego que vai adquirir a posição no MBG. O BCP vai ganhar uma posição minoritária no Piraeus, que não irá consolidar nas contas, já que seis meses depois do investimento, os bancos irão gerir a saída gradual do BCP.

“O compromisso de participar no aumento de capital do Piraeus implica um risco de mercado substancial para o BCP, já que o Piraeus tem fundamentais muito fracos e opera nas condições difíceis de um mercado como o grego”, alerta a Moody’s.

Contudo, ponderando as vantagens e os riscos, a Moody’s considera que o negócio é “positivo, já que reduz significativamente a exposição do grupo ao mercado grego e esperamos que irá ter um efeito líquido positivo nos rácios de capital do banco, mesmo com o investimento no aumento de capital do Piraeus”.

A Moody’s tem um “rating” B1 para o BCP, quatro níveis abaixo de “grau de investimento”. A perspectiva para o “rating” é “negativa”.