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Montepio passa de lucros a prejuízos de 56,8 milhões
O Banco Montepio passou de lucros de 17,7 milhões de euros a prejuízos de 56,8 milhões, com as contas a serem penalizadas pelo reforço de imparidades e provisões e pela diminuição da atividade dos agentes económicos.
O Banco Montepio fechou o terceiro trimestre deste ano com prejuízos de 56,8 milhões de euros, valor que compara com os lucros de 17,7 milhões de euros obtidos no mesmo período do ano passado.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco liderado por Pedro Leitão Branco sublinha que os resultados se devem aos "impactos desfavoráveis da pandemia COVID-19, que promoveram a necessidade de maior reforço de imparidades e provisões, e levaram à diminuição dos níveis de atividade dos agentes económicos".
O produto bancário core atingiu 270 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, abaixo dos 275,7 milhões no período homólogo de 2019, "traduzindo o impacto da redução da atividade económica iniciada no primeiro trimestre de 2020 e que se repercutiu no desempenho dos trimestres seguintes", indica o Montepio.
A margem financeira caiu de 180,4 milhões para 173 milhões até setembro devido aos efeitos desfavoráveis de "fatores exógenos induzidos pela pandemia COVID-19" e que determinaram menores níveis de atividade nos clientes particulares e nas empresas, a par da manutenção de taxas de juro de mercado em níveis reduzidos e/ou negativos.
O crédito a clientes aumentou 251 milhões até 30 de setembro de 2020, face ao montante registado no final de 2019, uma inversão da tendência de redução que a instituição explica com a "aposta estratégica de crescimento nas PME e no middle market’".
Já os depósitos de clientes diminuíram 1,8%, de 12.574 milhões para 12.346 nos primeiros nove meses deste ano.
As comissões líquidas totalizaram 84,5 milhões de euros e os resultados em operações financeiras diminuíram de 46,9 milhões nos primeiros nove meses do ano passado para 6,7 milhões no mesmo período deste ano.
Em sentido contrário, os custos operacionais aumentaram de 189,7 para 192,8 milhões "evidenciando os efeitos da atualização salarial e dos investimentos concretizados em renovação e modernização tecnológica no âmbito da transformação digital que o Banco Montepio tem em progresso, apesar das sinergias capturadas na renegociação de alguns contratos, em particular nos custos com consultoria e com conservação e reparação de imóveis", refere o Montepio.
"A imparidade do crédito contabilizada nos primeiros nove meses de 2020 atingiu 140,0 M€, demonstrando um aumento de 65,9 M€ face ao valor relevado no período homólogo de 2019, incorporando o incremento do risco de crédito determinado pela pandemia COVID-19 e também do reforço dos níveis de imparidade em algumas exposições creditícias que se encontravam em incumprimento", acrescenta o banco.
No final do terceiro trimestre, o ativo total situava-se em 17.524 milhões de euros, comparando com 17.740 milhões no final de dezembro, traduzindo a evolução positiva na carteira de crédito parcialmente compensada com uma redução no valor aplicado em títulos.