As cotações do Monte dei Paschi di Siena foram suspensas da negociação na bolsa milanesa, logo na abertura, devido às fortes perdas. Posteriormente, a cotada foi readmitida, mas continua em baixa, com um recuo em torno de 5%. Ontem tinha já sido suspensa várias vezes, uma vez que perder 14% em apenas duas sessões. E tudo à conta do escândalo que envolve o banco, que precisou de ajuda do Estado para cumprir os requisitos de capital exigidos a nível europeu.

A queda dos preços em bolsa deve-se ao escândalo provocado pelo “buraco” deixado por contratos de produtos derivados, que – conforme confirmou hoje o seu CEO, Fabrizio Viola, em entrevista ao “Il Messagero” – ascende a 720 milhões de euros.

Estas perdas, sublinha o “El Economista”, estão relacionadas com vários contratos celebrados com o nipónico Nomura e com o alemão Deutsche Bank.

Hoje, o Banco de Itália explica em comunicado que não tinha conhecimento das operações financeiras realizadas no passado pelo Monte dei Paschi di Siena e que foram divulgadas nos últimos dias pela imprensa internacional. Depois de estas operações terem chegado ao domínio público, o presidente da Associação Bancária Italiana, Giuseppe Mussari, apresentou a sua demissão. Mussari foi CEO do Monte dei Paschi na época em que terão sido celebrados os referidos contratos.

O banco, fundado em 1472, deverá registar este ano perdas em torno de 700 milhões de euros, em grande parte devido aos problemas com os derivados. Está previsto receber em breve 3.900 milhões de euros de ajudas públicas para cumprir os requisitos de capital, em aplicação das normas do Basileia III.