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Moçambique desafia banco Millennium a cobrir todo o país

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, desafiou o Millennium bim, maior banco de Moçambique, a cobrir os 151 distritos do país, em alinhamento com a política do Governo de expansão dos serviços financeiros nos meios rurais.

Mike Hutchings/Reuters
Negócios 29 de Outubro de 2015 às 22:27
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"A construção de um país próspero não se compadece com o professor, o enfermeiro ou qualquer cidadão que ainda viaja 200 quilómetros para recolher a sua remuneração, o seu salário ou magra pensão", lamentou Filipe Nyusi, discursando em Maputo esta quinta-feira, na gala de celebração de 20 anos do Millennium bim, detido pelo português Millennium bcp e participado pelo Estado moçambicano.

 

O Presidente moçambicano apelou ao banco líder em Moçambique, com 30% de quota de mercado, para continuar a aumentar a sua rede no interior do país e contribuir para a melhoria dos indicadores de apenas 27% da população com conta bancária e de uma taxa de Inclusão Financeira de 14,2%.

 

"Estes actos são uma forma de exclusão. A exclusão aos serviços financeiros da mulher e dos jovens, que representam mais de 50% da população, não só constitui uma violação de Direitos Humanos, como limita o potencial de crescimento económico do país", assinalou.

 

Além de propor o lema "um distrito, um banco" ao Millennium bim e a todo o sistema bancário moçambicano, actualmente com 18 instituições, o Presidente da República apelou para o financiamento de actividades económicas das pequenas e médias empresas.

 

Num país onde a banca é frequentemente acusada de manter fortes obstáculos no acesso ao crédito, Filipe Nyusi pediu também a facilitação de empréstimos à habitação para a população de rendimento médio.

 

Dados hoje divulgados pelo banco durante a gala indicam que o Millennium bim está em todas as 11 províncias do país e em 45% dos distritos, com uma rede de 171 balcões.

 

Segundo Rui Cirne Fonseca, presidente do conselho de administração do Millennium bim, a instituição financeira prevê "marcar presença efectiva nas zonas rurais, estimulando a produção e a competitividade, promovendo a comercialização e os diversos tipos de transacções, incentivando a poupança".

 

Considerando que o surgimento da instituição, há 20 anos, então com a marca Banco Internacional de Moçambique, "foi decisivo na transição da economia centralmente planificada para uma economia de mercado", Rui Cirne Fonseca referiu que o Millennium bim é hoje a empresa moçambicana mais rentável, a segunda maior por activos e o sexto maior empregador do país, mantendo um total de 2.500 colaboradores e 1,3 milhões de clientes.

 

António Monteiro, presidente do conselho de administração do Millennium bcp, disse por sua vez que, em volume de negócio, o montante em recursos do Bim ascendia a 80 mil milhões de meticais (1,7 mil milhões de euros) no primeiro semestre e que o crédito concedido era superior a 58 mil milhões de meticais (1,2 mil milhões de euros). "Queremos apoiar sectores como a exploração mineira, a energia, a construção de infra-estruturas de transportes e comunicações, a agricultura e o turismo", afirmou António Monteiro.

 

Ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, António Monteiro comprometeu-se "a apostar nos projectos e investimentos que estão a transformar o país e a colocar Moçambique na primeira linha dos países emergentes". 

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