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Miguel Maya lança plano em que o mobile é o centro da estratégia do BCP

Na carta aos trabalhadores, o novo presidente executivo do BCP reafirma a vontade de compensar os cortes salariais dos trabalhadores. Lança um plano de negócio e diz que a redução de custos já não é o centro da estratégia do banco.

Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 25 de Julho de 2018 às 12:01

"Mobilizar". É este o nome do plano estratégico do Banco Comercial Português, a implementar pela nova equipa executiva, liderada por Miguel Maya. São três os sentidos que o gestor, já autorizado pelo Banco Central Europeu (BCE), extrai do conceito: "mobilizar as pessoas"; mobilizar por colocar o mobile (serviços móveis) no centro da relação do banco com o cliente; mobilizar no sentido de evoluir e antecipar as mudanças.

 

A explicação sobre o plano, que tem cinco eixos, consta da mensagem enviada por Miguel Maya, administrador executivo do banco desde 2009, aos 7.155 trabalhadores na actividade nacional (a que se juntam os 8.555 funcionários das operações internacionais, segundo números de final de Março).

 

Os cinco eixos, sublinha, "correspondem aos cinco dedos da mão necessária à condução da estratégia que nos levará ao futuro, uma vez que a outra mão terá de estar bem agarrada à execução do orçamento anual, ao concretizar do presente", de acordo com a missiva a que o Negócios teve acesso. 

 

Os cinco eixos do plano

Mobilizar as pessoas
Colocar o mobile no dia-a-dia dos clientes
Capturar oportunidades de crescimento em Portugal
Gerar mais valor no portefólio internacional
Desenvolver actividades comerciais de forma rentável e sustentável

 

Evoluir da resiliência para a vitalidade. É assim que Miguel Maya vê a mudança pela frente do banco fundado por Jorge Jardim Gonçalves, e para onde entrou com a integração do Banco Português do Atlântico, no final do século passado. Até aqui, o esforço principal estava centrado "no ajustamento da base de custos e na melhoria da qualidade do balanço". Saiu pessoal, fecharam-se agências. Esse não pode ser, diz o novo CEO, o foco futuro.

"Se é certo que no curto prazo se retém valor com base em programas de corte de custos, sabemos também, temos a obrigação de saber, que no médio e longo prazo a capacidade de criar valor está sobretudo dependente da geração de receitas, do crescimento do negócio". É por ele que passa para o centro da nova estratégia do BCP, numa estrutura que terá menos hierarquias, segundo promete o novo CEO. 


Na carta, em que relembra que o banco já deixou o apoio do Estado para trás, Miguel Maya coloca a responsabilidade pelo futuro na sua liderança: "dependemos agora essencialmente de nós".

Crescer no ramo internacional e no ActivoBank

 


Nessa liderança, Maya, mostrando-se apoiado pelo conselho de administração que será liderado pelo seu antecessor Nuno Amado, refere mesmo que está em causa um novo ciclo. Em que conta com as áreas internacionais onde o banco se encontra: "Neste novo ciclo queremos afirmar o crescimento sustentável em Portugal, em Moçambique, na Polónia, em Angola, na Suíça, em Macau e em todos os pontos em que temos presença comercial". O banco já admitiu que pretende ganhar força nas actividades na Ásia, de onde vem o seu principal accionista, a Fosun.

 

Também há, na missiva, uma carta para o ActivoBank, de que foi responsável directo e mesmo presidente da administração entre 2009 e 2011. "Esta determinação em crescer abrange também o ActivoBank, operação que ainda há relativamente pouco tempo esteve em risco de ser vendida, mas que, por mérito das suas equipas, conquistou um lugar relevante no portfólio de negócios do Grupo".

Compensação pelos cortes

Miguel Maya pega, na mensagem aos trabalhadores, numa intenção já assumida anteriormente por Nuno Amado: a de compensar os funcionários pelos cortes salariais que vigoraram entre 2014 e 2017, ainda que sem indicar quando e em que dimensão tal poderá acontecer. A promessa é a de que irá defendê-lo. 

"Quero enfatizar o firme propósito de defender com determinação o compromisso assumido com os colaboradores relativo ao valor não recebido durante o período em que vigorou a redução salarial e também o de implementarmos uma política de remuneração variável a aplicar já com base no desempenho que alcançarmos em 2018", avisa Maya na missiva. O pagamento de dividendos aos accionistas com base nos resultados deste ano é também uma promessa herdada da gestão anterior. 

Miguel Maya chega ao cargo de CEO de uma administração executiva de que faz parte desde 2009. "Assumo com determinação a função de CEO, fiel aos princípios que sempre nortearam a minha carreia profissional: acrescentar valor à organização que sirvo e valorizar-me servindo a organização". 


(Notícia actualizada com mais informações às 12:12)

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