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Marques Mendes: Governo vai reunir com partidos para tentar apoio na solução para o Novo Banco

O Governo vai reunir esta semana com os partidos para lhes comunicar como está o processo de venda do Novo Banco e tentar ganhar o seu apoio para a solução encontrada, que pode passar pelo Estado ficar com 25% do capital mas sem direitos de voto.

Miguel Baltazar/Negócios
Negócios 26 de Março de 2017 às 21:40
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Marques Mendes afirma que Bruxelas se está a opor a que o Estado português fique com 25% do Novo Banco. Em última análise, o Estado poderá convencer Bruxelas a ficar no capital, mas sem poder de voto ou de intervenção na gestão, mas será "difícil de explicar" politicamente, considera o comentador político, que revelou na SIC que o Governo vai reunir com os partidos para lhes explicar os contornos deste que parece ser nesta altura o cenário mais provável: o Estado continuar accionista do Novo Banco, mas sem direitos de voto.

 

Luís Marques Mendes realçou este domingo, 26 de Março, no comentário semanal da SIC, que esta semana será "decisiva" no processo de venda do Novo Banco, com o Governo a ter de tomar a decisão. 

 

Mas, alerta o comentador política, há um problema: "estamos num impasse". Em causa está o facto de o Governo ter negociado com o fundo norte-americano Lone Star ficar com 25% do Novo Banco. Algo a que "Bruxelas (DGCOM) opõe-se", sublinha Marques Mendes, criticando o ministro das Finanças, Mário Centeno, de omitir "um problema sério".

 

O comentador político diz que agora poderá acontecer uma de três coisas:  "Ou Bruxelas diz mesmo não à presença do Estado e bloqueia a venda, fazendo o processo voltar ao início; ou o Governo recua e vende 100%; ou Bruxelas aceita mas impõe condições." Sendo que estas últimas podem ser de vários formatos: mais despedimentos, mais encerramentos de balcões, o Estado ficar accionista sem direito a voto…

 

Marques Mendes considera esta última hipótese (o Estado ficar accionista sem direito a voto) "o mais provável", ainda assim, será sempre "uma decisão legalmente possível mas politicamente difícil de explicar", pois neste cenário o Estado português ficará com uma participação no Novo Banco, mas "sem mandar, sem interferência na gestão".

 

É por esta ser uma sessão sensível a nível político que o Governo vai reunir esta semana com os partidos para lhes comunicar como está o processo e tentar ganhar o seu apoio para a solução encontrada.

 

"É intenção do governo, em conjunto com o Banco de Portugal, reunir com os partidos com assento parlamentar para os informar da evolução dos resultados das negociações" do processo de venda do Novo Banco, disse Marques Mendes, antevendo que vai haver polémica, também nos partidos que apoiam a maioria. "Como vão reagir o Bloco de Esquerda e o PCP" se o Estado continuar accionista e não mandar no Novo Banco, questionou Marques Mendes, afirmando que esta é uma "matéria que deve ser trata com consenso" e será isso que o Governo irá procurar nas reuniões que terá esta semana com os partidos.

 

Montepio diferente do BES

 

No que respeita ao Montepio, o comentador político considera que "não há" risco de acontecer ao Montepio o que aconteceu ao BES. Primeiro porque "no caso do Montepio não há financiamentos do Banco à Associação Mutualista", ao contrário do BES que tinham empréstimos ao GES; depois porque "está a ser feita uma total separação entre Banco e Associação" e, por último, porque o banco vai passar a Sociedade Anónima e se for preciso recapitalizar a instituição financeira e a associação não o puder fazer, "entrarão outros accionistas".

(notícia actualizada às 23:01 com mais informação e título alterado)

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