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Catarina Martins: Solução para o Novo Banco é "o pior dos dois mundos"
Catarina Martins defendeu esta segunda-feira que a solução que o Governo está a negociar com Bruxelas para o Novo Banco é o "pior dois dois mundos". A coordenadora do Bloco de Esquerda cita Ferreira Leite para sustentar que o banco deve ficar nas mãos do Estado.
O banco que resultou do fim do BES "deve ser de gestão pública", disse Catarina Martins aos jornalistas à margem de uma visita no Porto de Leixões, depois de confrontada com a possibilidade de o Estado ficar com 25% do Novo Banco mas sem poderes de gestão.
"É o pior dos dois mundos", classificou, explicando depois que, neste cenário, o Estado fica com "responsabilidade sobre imparidades futuras sem palavra na sua gestão".
A coordenadora do Bloco de Esquerda recorreu a uma frase usado no passado por Manuela Ferreira Leite, no Parlamento, quando a social-democrata defendeu que "quem paga manda". Para Catarina Martins deve ser o Estado (em nome dos contribuintes) que deve mandar no Novo Banco.
O PCP não quer falar para já da solução que o Governo está a negociar com Bruxelas, mas lembra a posição que tem defendido no Parlamento. "O Novo Banco deve ser integrado no sector público bancário. Esta posição já foi levada à discussão e votação na Assembleia da República, no passado dia 3 de Fevereiro, através de uma proposta apresentada e agendada pelo PCP, e que continua a ser a que melhor serve os interesses do País e uma política de crédito ao serviço do desenvolvimento nacional", defendem numa nota enviada ao Negócios.
Mais: os comunistas criticam a forma como a Comissão e o Banco Central Europeu interferem nesta matéria. "É inadmissível a ingerência do BCE e da UE em matérias que são do âmbito da decisão soberana do país".
Nenhum dos partidos tem para já reuniões marcadas com o Governo sobre o assunto. A intenção de fazer reuniões com os partidos foi revelada pelo conselheiro de Estado Marques Mendes domingo à noite na Sic.
Em 2014, o Fundo de Resolução emprestou ao Novo Banco 3.900 milhões de euros que já foram contabilizados nas contas públicas.
(Notícia actualizada com a posição do PCP)