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Catarina Martins: “Qualquer solução para o Novo Banco tem custos para os contribuintes”
A líder do Bloco de Esquerda acredita que vender a instituição é um erro. Em entrevista ao jornal i, voltou a questionar o estado actual da Europa e da moeda única.
Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), acredita que "vender o Novo Banco é um erro. Quando achamos que há um erro a ser cometido, somos coerentes e tentamos travá-lo".
Em entrevista ao jornal i, a responsável máxima do partido garantiu que "qualquer solução para o Novo Banco tem custos altos". "É certo e sabido que não existe acordo sobre o sistema financeiro nas posições conjuntas que foram assumidas entre o Bloco e o PS", recordou Catarina Martins, em entrevista ao i.
Para o BE, é altura de mudar a forma como se lida com o sistema financeiro. "Temos perdido milhares de milhões de euros dos contribuintes em operações em que, basicamente, se pega em bancos privados falidos, injecta-se dinheiro público e depois entrega-se novamente a privados, perdendo até o controlo nacional sobre o sistema financeiro. É altura de mudar isso. Só se muda com controlo público. Faremos tudo para que seja feito o que estiver ao nosso alcance", referiu Catarina Martins.
A coordenadora do BE defende, em alternativa, a nacionalização, com sendo a hipótese que "tendo alguns custos no imediato, tem menos custos a longo prazo e permite proteger melhor a economia portuguesa e até a próprias perdas que os contribuintes poderão ter ou não".
União Europeia "em convulsão"
Catarina Martins voltou ainda a mostrar as suas reservas com o estado actual da Europa e da moeda única. "As pessoas ficam muito chocadas com o que se diz o Bloco de Esquerda sobre a moeda única. Temos que nos preparar para uma União europeia que está em convulsão e na qual ninguém sabe o que vai acontecer", salientou.
A líder do Bloco adiantou ainda que, do ponto de vista da direcção, a expressão "é preciso preparar o país para assumir todas as opções soberanas essenciais, incluindo a saída do euro" surgiu quando " se percebe que o BCE extrapolou os seus poderes de política monetária para fazer pressão sobre as políticas económicas que não lhe dizem respeito, para obrigar um Governo legitimamente eleito a capitular".