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Catarina Martins: "Faremos tudo para defender o interesse público" no Novo Banco

Catarina Martins avisa que o Governo não pode contar com Bloco para apoiar venda do Novo Banco, mas afirma que relação com o Governo "corre bem" sempre que posições são assumidas de forma clara.

Bruno Simão/Negócios
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Catarina Martins avisou esta quarta-feira que o Governo não pode contar com o Bloco de Esquerda para apoiar a venda do Novo Banco, mas admitiu que a relação do Bloco com o Executivo corre bem sempre que os partidos são claros nas posições que defendem. "Faremos tudo para defender o interesse público", garantiu.    

"O Governo não conta com o Bloco de Esquerda para uma coisa que o Bloco disse que não faria", disse a líder bloquista, acrescentando porém que "a forma como as coisas funcionam bem é quando os partidos são claros nas ideias que têm". 

Catarina Martins respondia aos jornalistas, à margem de uma visita às oficinas do Metropolitano de Lisboa. A coordenadora do bloco não quis especificar de que forma o partido pode tentar travar a venda do Novo Banco no Parlamento, mas assegurou que o BE usará os meios ao seu alcance para ir contra o negócio. "Faremos tudo para defender o interesse público", garantiu. 

A líder bloquista disse que "cabe ao Governo apresentar os números do negócio que está a fazer com a Lone Star" e salientou que o Executivo de António Costa já conhece a posição de princípio do Bloco. "Fomos muito claros. Este é o tempo do Governo", afirmou. 

"A Comissão Europeia tem dado sempre os piores conselhos ao país", disse Catarina Martins, acrescentando que o Bloco "não está disponível para aceitar" as imposições vindas de Bruxelas.

Questionada pelos jornalistas sobre se Bloco pretende levar o assunto ao Parlamento através de uma apreciação parlamentar, Catarina Martins centrou a sua resposta na questão política, evitando entrar em detalhes sobre se a decisão do Governo poderá ser travada através de uma votação na Assembleia. "Este é um tema que será sempre debatido, será debatido, que lá estará [no Parlamento]. Será sempre assim."

Sobre o impacto que poderá ter nas relações entre Bloco e Governo, a coordenadora apontou para a forma como a relação entre as partes pode corre bem. "A forma como as coisas funcionam bem é quando os partidos são claros nas ideias que têm."

Catarina Martins sublinhou que a posição do Bloco é conhecida desde o início e que o Governo "não conta com o Bloco de Esquerda para coisas que o BE disse que não faria". 

O Bloco "não participa neste tipo de lógica" de apoiar soluções em que são ajudados bancos onde já foi investido dinheiro dos contribuintes. 


"É precisamente porque somos claros e porque temos sempre disponibilidade para conversar que as tensões existem", ressalva. 

A líder bloquista afirmou que seguir Bruxelas é "ser bom aluno de maus professores" e isto "não é o melhor para o país". 

O Governo espera vender o Novo Banco até ao final desta semana. Em cima da mesa está o cenário de alienação de 75% do capital, ficando o Estado com 25%, mas sem poder para interferir nas decisões de gestão do banco. O Bloco não concorda com esta solução por considerar que neste cenário o Estado fica com o risco, mas sem poder decidir.

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