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Malparado: Costa promete “medida sistémica” para breve
O primeiro-ministro garantiu que não haverá dinheiro dos contribuintes envolvido na solução que vier a ser desenhada para lidar com os "activos de má qualidade" que penalizam os balanços do sector financeiro. E que está mais tranquilo com a situação da banca.
O primeiro-ministro anunciou esta quinta-feira que está "para breve" a implementação de um mecanismo que permita resolver o problema dos activos de má qualidade que pesam nos rácios de capital e nos balanços dos bancos.
"Temos estado a trabalhar com o Banco de Portugal para termos brevemente uma medida sistémica que possa ser aplicada por igual a todo o sistema bancário que o deseje fazer", disse em entrevista à TVI.
"Não me posso comprometer com um calendário", afirmou, dizendo no entanto esperar que até ao final deste ano sejam resolvidas todas as situações pendentes no sector financeiro.
Recusando a designação de banco mau - "Não vai ser banco, nem mau. Vai ser bom para a economia" -, o chefe de Governo diz que a "medida sistémica" vai avançar assim que todas as situações no sector financeiro - envolvendo CGD, Novo Banco, BCP, BPI - estejam estabilizadas, o que prevê que aconteça até ao final do ano.
Para Costa, o nível de capitalização da Caixa Geral de Depósitos vai permitir-lhe gerir sozinha a sua "dose de activos não performantes", resolvendo o problema do principal banco português que "ninguém acreditava que pudesse ser resolvido".
Quanto ao BPI, resolvida a questão da exposição ao mercado angolano, "conta hoje com uma estrutura accionista pacificada" e no BCP, onde os chineses da Fosun preparam a entrada no capital, o que se discute é "como é que protege e não dilui os interesses dos accionistas".
"Sim, claro que estou [mais tranquilo]", afirmou, garantindo também que o dinheiro dos contribuintes não será envolvido na criação daquele mecanismo. "Isso com certeza. A que propósito é que o contribuinte havia de pagar mais? Isso hoje não é socialmente aceitável," respondeu.
Quanto à "medida sistémica", o primeiro-ministro recusa que seja pensada em resolver o problema dos bancos, mas sim o das famílias, das empresas e da valorização do património. Será, diz, uma solução para "aliviar balanços e que permita uma gestão prudente e positiva para a economia. Que valorize esses grandes activos que não podem ser destruídos nem vendidos ao desbarato," concluiu.
(Notícia actualizada às 22:18 com mais informação)