Notícia
Luz verde do Parlamento para auditoria forense à Caixa
O PSD juntou-se ao PCP e aos Verdes na abstenção relativamente ao projecto de resolução do BE para que o Governo diligencie uma auditoria forense aos créditos do banco público.
Um projecto de resolução do Bloco de Esquerda (BE) recomendando a realização de uma auditoria forense à carteira de crédito da Caixa Geral de Depósitos foi hoje aprovado no Parlamento. É uma auditoria paralela à que foi promovida pelo Ministério das Finanças, a que estará na base do cálculo das necessidades de capital do banco.
O texto mereceu voto favorável de BE, PS, CDS-PP e PAN, com PSD, PCP e "Os Verdes" a optarem pela abstenção, não tendo havido votos contra ao projecto de resolução bloquista. Os comunistas já tinham mostrado reticências em relação ao diploma e o PSD optou por juntar-se.
No documento, os deputados bloquistas advogam que a auditoria deve "abranger todas as operações de elevado montante e perdas associadas que se encontrem ainda na carteira do banco, independentemente da sua data de constituição".
O "reconstituir e avaliar" de "todos os procedimentos e práticas relacionadas com a constituição dessas operações, incluindo reestruturações e exigência de garantias e colaterais", é também pedido pelo Bloco.
O texto apenas recomenda que o Governo "tome as diligências necessárias para determinar a constituição de uma auditoria forense às operações de crédito" da Caixa, numa altura em que é negociada a recapitalização do banco e está em vigor a comissão parlamentar de inquérito dedicada à entidade.
A Caixa Geral de Depósitos tem estado no centro do debate público, num momento em que está em processo de mudanças, com reestruturação do grupo e alterações na equipa de gestão, que se tem atrasado devido à falta de acordo entre o Governo e Bruxelas quanto ao aumento de capital do banco, que poderá ascender a 5.000 milhões de euros.
No final de Junho, PS, Bloco de Esquerda e PCP chumbaram o projecto do PSD e CDS-PP para a realização de uma auditoria externa à CGD e Banif por "inconstitucionalidade" e "ilegalidade" regimental. Um pedido que foi chumbado novamente na semana passada já no âmbito da comissão de inquérito à CGD.
Em paralelo, decorre a auditoria anunciada por Mário Centeno.