Notícia
Lucro do BCP aumenta quase 10% para 714 milhões até setembro
Margem financeira caiu pela primeira vez nos últimos trimestres, ainda que de forma ligeira. Em Portugal o resultado cresceu 8,8% para 606 milhões de euros.
O BCP lucrou 714,1 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano em termos consolidados, melhorando 9,7% em relação aos 651 milhões alcançados no mesmo período de 2023.
O resultado "revela uma fortíssima capacidade de geração orgânica de capital", afirmou o CEO do banco, Miguel Maya, na apresentação de resultados.
O contributo das operações internacionais (na Polónia com o Bank Millennium e em Moçambique com o BIM) cresceu de 93,9 milhões de euros para 108,1 mihões, enquanto a atividade em Portugal teve um resultado líquido de 606 mihões de euros, 8,8% acima do valor verificado em setembro de 2023.
A evolução foi também influenciada pelo ganho extraordinário de 127 milhões de euros registado no primeiro trimestre de 2023 com a venda, por parte do polaco Bank Millennium, de 80% das ações da Millennium Financial Services.
Pela primeira vez nos últimos trimestres, e ainda que de forma residual, a margem financeira caiu. Atingiu 2,11 mil milhões de euros, menos 0,3% do que um ano antes.
Os recursos de clientes (incluindo depósitos a prazo e à ordem, entre outros) subiram 9,1% para 100,8 mil milhões de euros.
A carteira de crédito cresceu 1,5% para 57,5 milhões de euros.
Os custos operacionais sofreram um acréscimo de 10,8% para 946,6 milhões de euros.
O rácio de malparado (NPE, sigla para a expressão inglesa "Non-Performing Exposures") caiu 4,6% para 1,93 mil milhões de euros.
Nos rácios de capital o BCP fortaleceu o CET 1 (sigla para a expressão inglesa "Common Equity Tier 1") de 14,9% em setembro de 2023 para 16,5% no mesmo mês deste ano. O requisito regulamentar é de 9,4%.
A rentabilidade do banco caiu: o ROE ("Return on Equity") atingiu 14,9% em setembro deste ano face aos 16% que tinha um ano antes. O valor é, ainda assim, muito superior ao que o BCP apresentou durante vários anos, tendo começado a ter aumentos expressivos nos últimos dois.
Operação em Portugal também cresce
Em Portugal, a instituição financeira alcançou um resultado de 606 milhões de euros, que comparam com os 557 milhões obtidos entre janeiro e setembro de 2023.
"Em Portugal continuamos com uma operação extremamente eficiente", realçou Miguel Maya.
A margem financeira em território nacional caiu de forma mais expressiva: reduziu-se 8,6% para mil milhões de euros. (Na operação internacional o movimento foi inverso a este: aumentou 8,6%).
As comissões em Portugal representaram um encaixe de 434,9 milhões de euros, 3,6% acima do valor verificado em setembro de 2023.
Os recursos de clientes aumentaram 6% para 69,6 mil milhões de euros. Os depósitos a prazo tiveram um crescimento expressivo de 20,9 mil milhões de euros para 26 mil milhões de euros. Os depósitos à ordem sofreram o movimento inverso: caíram de 29,5 mil milhões de euros para 27,5 mil milhões.
A carteira de crédito caiu 2,1% face a uma queda na procura, explicou o CEO. Está nos 38,6 mil milhões de euros.
Os custos operacionais na operação doméstica cresceram 5% para 483,2 milhões de euros.
O rácio de malparado caiu de forma expressiva (-12,3%) para 1,05 mil milhões de euros.