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BCP aponta para lucro médio anual de mil milhões até 2028 e entregar até 75% a acionistas

Novo plano estratégico 2025-2028 aponta para uma distribuição de dividendos que pode ir até 75% do resultado. Meta fica sujeita a outro objetivo: um lucro acumulado de 4 a 4,5 mil milhões de euros neste período. Até setembro conseguiu 714 milhões.

30 de Outubro de 2024 às 18:02
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O BCP traçou a meta de devolver até 75% do lucro aos acionistas em 2028. No novo plano estratégico para os próximos quatro anos, o Millennium sujeita a materialização desse objetivo à concretização de outro: atingir um resultado líquido acumulado de 4 a 4,5 mil milhões de euros no período 2025-2028 – numa média anual superior a mil milhões – e devolvendo três quartos desse valor em dividendos. O objetivo para o “payout” é assim muito superior ao atual, que está em 30% e será de 50% no próximo ano. A intenção, para cuja concretização vai lançar um programa de recompra de ações no valor de um quarto do lucro que obtiver em 2024, fica sujeita a aprovação regulamentar.

“É tempo de retribuir”, disse o CEO na apresentação do Plano Estratégico 2025-2028. Miguel Maya entende que “a melhor proteção do banco é ter acionistas satisfeitos, quer os grandes quer os pequenos”, mas realça que a intenção será balizada pela lógica de “manter o banco muito robusto”.

No documento, o Millennium aponta também para, no fim do período, atingir um volume de negócios de 190 mil milhões de euros, dos quais 120 mil milhões em Portugal, onde quer alcançar 3 milhões de clientes, num total de 8 milhões em todas as geografias.

A meta para a rentabilidade, no entanto, é inferior à atual: o plano inscreve uma meta mínima de 13,5%, abaixo dos 14,9% atuais.

Margem quebra tendência e cai, mas lucro sobe 10%

O BCP lucrou 714,1 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano em termos consolidados, melhorando 9,7% em relação ao mesmo período de 2023.

Interrompendo – de forma residual – a tendência dos últimos trimestres, a margem financeira caiu: atingiu 2,1 mil milhões (menos 0,3% ou 7 milhões do que em setembro de 2023). As comissões compensaram a queda e renderam mais 23 milhões, num total de 601,8 milhões de euros.

Os custos operacionais dispararam 10,8% para 946,6 milhões.

No capítulo do capital, o rácio CET 1 (“Common Equity Tier 1”) evoluiu de 14,9% para 16,5%.

A rentabilidade caiu: o ROE (“Return on Equity”) atingiu 14,9% em setembro passado, abaixo dos 16% que tinha um ano antes.

Portugal também cresce

Em Portugal, o resultado até setembro cresceu 8,8% para 606 milhões de euros.

A margem financeira no território nacional caiu de forma expressiva: reduziu-se 8,6% para mil milhões de euros. As comissões, pelo contrário, originaram um encaixe de 434,9 milhões de euros, 3,6% acima de setembro de 2023.

Os recursos de clientes aumentaram 6% para 69,6 mil milhões de euros. Os depósitos a prazo tiveram um crescimento expressivo de 20,9 mil milhões para 26 mil milhões de euros. Os depósitos à ordem sofreram o movimento inverso: caíram de 29,5 mil milhões de euros para 27,5 mil milhões.

A carteira de crédito recuou 2,1% face a uma queda na procura, explicou o CEO. Está nos 38,6 mil milhões de euros.

Os custos operacionais na operação doméstica cresceram 5% para 483,2 milhões de euros.

O rácio de malparado caiu de forma expressiva (menos 12,3%) para 1,05 mil milhões de euros.

 

A melhor proteção do banco é ter acionistas satisfeitos, quer os grandes quer os pequenos. Miguel Maya
CEO do BCP

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