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Lucro da Caixa Geral de Depósitos dispara para 843 milhões de euros em 2022

Resultado representa melhoria de 45% face ao resultado de 2021 e permite pagar mais de 350 milhões de euros em dividendos ao Estado, um máximo histórico.

02 de Março de 2023 às 16:44
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A Caixa Geral de Depósitos registou um lucro de 843 milhões de euros em 2022, numa subida de cerca de 45% face ao resultado do ano anterior.

"Este resultado vai permitir pagar mais de 350 milhões de euros em dividendos ao acionista", afirmou o CEO do banco público na conferência de imprensa de apresentação dos resultados. Paulo Macedo realçou que o total de reembolsos vai assim atingir "mais de 2500 milhões de euros de reembolso ao acionista e aos investiores privados que investiram na Caixa aquando da recapitalização".

"O Estado vai ter um dividendo fantástico", atirou o presidente executivo da Caixa. 

A CFO do banco, Maria João Carioca, confirmou que parte do dividendo será pago através da entrega do edifício sede ao Estado. Esse valor acresce aos 350 milhões de euros, confirmou depois Paulo Macedo: "O valor da sede ainda terá de ser avaliado" e vai somar-se ao dividendo proposto.


O presidente executivo da instituição financeira admitiu no entanto que "ainda não foi agora que conseguimos recuperar os prejuízos do ciclo anterior mas esperamos conseguir fazê-lo em 2023".

A margem financeira disparou 43,8% para 1.408 milhões de euros.

A carteira de crédito em Portugal atingiu mais de 45 mil milhões de euros (numa subida superior a 500 milhões face a 2021).

Os depósitos aumentaram de cerca de 79 mil milhões de euros em 2021 para 83,9 mil milhões no ano passado (dos quais 72,6 mil milhões na atividade doméstica).



As comissões bancárias renderam 606 milhões de euros, mais 8% do que em 2021.O crescimento justifica-se sobretudo com as cobranças relativas a meios de pagamento (19%), fundos (17%), seguros (12%), crédito (12%) e contas (9%).

O rácio de capital "Common Equity Tier 1" (CET 1) aumentou de 18,2% para 18,7%, mais do dobro do requisito de 2022 que se situou em 9,125%.



Comissão da fotocópia "pode ser discutida e revista"

Questionado sobre a evolução das comissões - e sobre as afirmações do governador do Banco de Portugal, que disse esperar uma redução das comissões "nos próximos tempos" - o CEO da Caixa fez questão de dizer que o banco que lidera foi "o único que congelou as comissões neste ano, o que significa que reduzirão em função da inflação".

"Há vários bancos - pelo menos dois - com menor dimensão, muito menos clientes e volume de negócios mas com mais comissões que a Caixa", atirou.

O presidente da Caixa admitiu no entanto que "há comissões que podem ser questionadas, por exemplo o valor da fotocópia" - denunciada há poucos dias pela Deco. "Mas nenhum banco quer tirar fotocópias para ganhar dinheiro", ironizou, concluindo que a comissão cobrada em fotocópias "pode ser discutida e revista".

Outro caso, argumentou, é o da comissão na habilitação de herdeiros. "É das coisas que dá mais trabalho a um banco", realçou, "há custos notariais e jurídicos".

O CEO garantiu que o objetivo da Caixa Geral de Depósitos é que "as comissões sejam as mais baratas" do mercado.
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