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Lavagem de dinheiro leva polícia alemã a fazer buscas ao banco ABN Amro
O escândalo tributário que implica vários bancos na suspeita de lavagem de dinheiro chegou ao holandês ABN Amro, que viu as suas instalações invadidas por uma centena de agentes da polícia. O “Cum-Ex” já terá custado ao governo alemão 10 mil milhões de euros.
As autoridades já tinham contribuído para uma perda de mais de 10% do banco em bolsa quando confirmaram o início a uma investigação por suspeitas de lavagem de dinheiro e financiamento de terrorismo. Esta terça-feira, 19 de novembro, a polícia alemã, com cerca de cem agentes, invadiu os escritórios do ABN Amro em Frankfurt à procura de provas no caso "Cum-Ex".
Além dos escritórios, foram revistados mais de uma dúzia de residências e escritórios particulares na Alemanha e uma casa na Holanda, adianta a Bloomberg. O cada vez maior escândalo tributário já implicou a invasão dos escritórios de outras empresas, incluindo o BlackRock, o Commerzbank, o Deutsche Bank, o Deutsche Boerse, M.M. Warburg e o escritório de advogados Freshfields.
Ainda recentemente, a Bloomberg explicava o caso: "A Cum-Ex ajudava investidores a explorar uma brecha nos pagamentos de dividendos, permitindo que várias pessoas reivindicassem a mesma devolução de impostos, de acordo com as autoridades. Segundo alguns deputados, estas atividades acabaram por custar ao governo 10 mil milhões de euros em receitas perdidas."
No site do ABN Amro, pode ler-se a posição do banco holandês: "As autoridades alemãs investigam transações de ações de um grande número de instituições financeiras há vários anos. Essas transações foram realizadas antes de 2012."
A entidade bancária acrescenta que "o antecessor legal do ABN AMRO, o Fortis Bank, e algumas ex-subsidiárias, estiveram envolvidos, direta ou indiretamente, em várias dessas transações".
Com esta notícia, o preço das ações do ABN Amro caiu 0,5% antes de reverter as perdas. As ações do banco já afundaram 21% este ano, tornando-o o terceiro pior desempenho no índice Euro Stoxx Banks.
A investigação ao "Cum-Ex" surge depois de o ING Groep NV, o maior banco da Holanda, ter pago, no ano passado, 775 milhões de euros para fechar uma investigação após ter reconhecido "falhas graves" na prevenção de crimes financeiros, segundo a Bloomberg.