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Juros negativos na banca? "Não é medida equilibrada e justa", diz Nuno Amado
O presidente do BCP teme impactos colaterais com a obrigatoriedade de pagar juros negativos nos créditos a clientes. E revela que não é proporcional, porque não há réplica nos depósitos.
A proposta que o Parlamento está a trabalhar para a aplicação de juros negativos nos créditos à habitação merece contestação no BCP.
"Não nos parece que seja uma medida equilibrada, justa e proporcional", afirmou Nuno Amado na conferência de imprensa de apresentação de resultados no primeiro trimestre, onde teve lucros de 85,6 milhões de euros.
No Parlamento, os partidos estão a discutir a aplicação da Euribor negativa nos juros dos créditos concedidos, podendo vir a repercutir a favor dos clientes quando o indexante passar para terreno positivo, que será votada esta quarta-feira.
Com base nos argumentos de Nuno Amado, a proposta "não tem cabimento legal", porque "não há proporcionalidade entre depósitos e crédito". Ou seja, o banco pagaria pelos créditos que concede, mas não receberia remunerações pelos depósitos.
Segundo o presidente do banco, haverá "efeitos colaterais no cumprimento de determinados tipos de relacionamentos que temos com actividades europeus". Impactos colaterais que Nuno Amado defende estarem a ser estudados.
"Como sempre fizemos, respeitamos o enquadramento legal que vier a seguir seguido", admite, contudo, o responsável pela instituição financeira.