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Nuno Amado sobre perdão ao Sporting: "O nosso critério é a defesa dos interesses do BCP"
"Não temos interesse em ter acções de entidades que sejam nossas clientes, não é a nossa função", frisou o presidente do BCP, Nuno Amado, sobre os valores convertíveis em acções da SAD.
O Banco Comercial Português (BCP) aceitou contribuir para a diminuição da dívida do Sporting, através da venda de valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis (VMOC), mas não quis fazer comentários sobre isso. Contudo, garante que tudo foi feito em nome do banco.
"O nosso critério é muito claro: a defesa dos interesses do BCP", afirmou Nuno Amado, na conferência de imprensa de apresentação de resultados do banco no primeiro trimestre, onde o banco registou lucros de 85,6 milhões de euros.
O presidente executivo da instituição financeira admite que "possa haver outros interesses em jogo", mas no caso do BCP há apenas a defesa dos seus próprios interesses. Nuno Amado afirmou-o depois de um dos sindicatos dos bancários ter criticado o alegado "perdão" de dívida ao clube de Alvalade.
"Sabemos que somos seguidos pelo mercado e pelos supervisores em determinados aspectos", frisou, acrescentando que tudo é feito para que não haja destruição de capital do banco.
O presidente do banco evidenciou, porém, que não queria fazer mais declarações, tendo em conta que se trata de uma relação com clientes.
O presidente da SAD do Sporting anunciou a diminuição da dívida ao BCP e Novo Banco, subscritores de VMOC, com a aquisição de títulos avaliados em 135 milhões por 40,5 milhões, mas evitando a sua conversão em acções da SAD.
"Não temos interesse em ter acções de entidades que sejam nossas clientes, não é a nossa função", frisou o responsável do banco.
Miguel Maya, vice-presidente da comissão executiva e que deverá substituir Nuno Amado na liderança do BCP, relembrou que desde 2013 foram alterados os regulamentos internos do banco. "Não está na matriz do banco aceitar concessão de crédito no futebol", justificou.
Em termos gerais, o gestor defendeu que "as decisões não são tomadas em folha branca". "A nossa obrigação é, perante uma situação em concreto, defender o menor nível de perdas, quer do ponto de vista económico seja o mais racional", acrescentou.