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João Salgueiro: nacionalizar o Novo Banco era “o mais lógico”

O economista e antigo presidente da Associação Portuguesa de Bancos acautelou, no entanto, para a falta de experiência com este tipo de medida, em entrevista ao Público, esta segunda-feira, 30 de Janeiro.

Miguel Baltazar/Negócios
Negócios 30 de Janeiro de 2017 às 09:08
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João Salgueiro acredita que a nacionalização do Novo Banco seria "o mais lógico" para resolver os problemas do banco. Mas, alerta o economista "o problema é que a experiência que temos com bancos nacionalizados não tem sido boa e não sei se desta vez teríamos capacidade para fazer uma boa gestão".


Em entrevista ao Público, João Salgueiro salientou que "um banco nacionalizado, como não existe para fazer negócios, é mais permissivo, por natureza, na concessão do crédito" e realçou que "se nos disserem que temos de pagar duas vezes o valor do banco para alguém o comprar, isso não me parece lógico". Apesar disso, o antigo presidente da Associação Portuguesa de Bancos acredita que "se for possível arranjar uma proposta razoável que seja imediata, preferia que ficasse despachado". Não é a primeira vez que o economista mostra reservas quanto ao processo.  


João Salgueiro diz ainda que foi a opção certa "não terem encerrado as negociações com as condições tão fracas como foi apresentado. Aparentemente, o Banco de Portugal e o Governo exigem que as propostas sejam melhoradas. Agora não se ganha em deixar passar muito tempo".


O economista é muito crítico quanto à situação do sistema bancário nacional, tendo apontado vários problemas. "Portugal era o país com a menor percentagem de capitais próprios a financiar a actividade", referiu Salgueiro. Além disso, "atravessámos uma crise financeira internacional que levou a medidas muito drásticas" e "o negócio bancário neste momento é um negócio sem margens". O antigo presidente da Associação Portuguesa de Bancos salienta ainda que "é preciso que o dinheiro que chega aos bancos seja dado às empresas, mas dizemos também que é preciso que se tenha mais exigência no risco bancário para não financiar projectos de favor".  


O economista fala também em crescimento económico. " O que temos de escasso é a confiança que depositam em nós", refere João Salgueiro, que alertou para os perigos de uma crise europeia mais profunda, explicando que caso a situação italiana se complique "ninguém vai aplicar dinheiro em Portugal". 

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