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Horta Osório: “Centeno faria um bom lugar” enquanto primeiro-ministro

António Horta Osório elogia Mário Centeno e diz que a independência do Governador não sai beliscada da crise.

Duarte Roriz / Cofina
16 de Novembro de 2023 às 11:35
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António Horta Osório entende que Mário Centeno "faria um bom lugar" enquanto primeiro-ministro.

Falando à margem da conferência "Banca do Futuro" organizada pelo Negócios, o antigo presidente executivo do Lloyds afirmou que "o trabalho que Mário Centeno fez enquanto Ministro das Finanças, na presidência do Ecofin e o prestígio internacional que tem e sendo Governador do Banco de Portugal, davam-lhe todas as condições para fazer um bom lugar desde que tivesse uma maioria clara e estável ao nível parlamentar".

O economista rejeita ainda que a independência do Governador não pode ser colocada em causa pela polémica em torno do convite de António Costa para que liderasse o Governo: "Não partilho da opinião [de que a credibilidade de Centeno tenha sido afetada]", disse.

"Não vejo que ponha em causa a independência do Governador", considerou, argumentando que "Mário Centeno tem um profundo sentido de Estado. Se uma pessoa como ele é abordada pelo primeiro ministro, a perguntar sobre a possível disponibilidade para um trabalho de serviço público adicional, equacionar essa situação não coloca em causa a sua independência", atirou, sublinhando que a Comissão de Ética do Banco de Portugal concluiu nesse sentido.

Horta Osório considera que "o que aconteceu na semana passada é muito grave", e "obviamente estamos agora num quadro de grande instabilidade. A primeira é que não vamos ter um novo governo antes de pelo menos 5 meses".

E lamentou a sucessão de acontecimentos que se iniciaram com as notícias de buscas do Ministério Público e culminaram na queda do Governo, depois do comunicado que deu conta que António Costa seria investigado. "Não pode deixar de levantar questões e ser discutido ao mais alto nível no país e na sociedade portuguesa. "Cai uma maioria. Temos uma sessão de instabilidade. Quem é responsável?", questionou, pedindo "uma reflexão profunda sobre este assunto".
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