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"Devíamos estar contentes que a banca tenha voltado a dar lucros saudáveis", diz Vítor Bento

O líder da associação que representa o setor frisou que nos últimos anos, o "return to equity" dos bancos foi bastante baixo e que é preciso comparar os lucros com o investimento.

Duarte Roriz / Cofina
Fábio Carvalho da Silva fabiosilva@negocios.pt 16 de Novembro de 2023 às 12:48

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Vítor Bento, atacou esta quinta-feira, durante a conferência intitulada "Banca do Futuro" e promovida pelo Negócios, o que considerou ser "populismo", ou seja, que se relatem lucros dos bancos "sem os relacionar" com o investimento feito. 

Olhando para os resultados líquidos que já foram reportados este ano e que podem fazer (com os que ainda faltam apurar) de 2023 o ano em que "os bancos devem ter este ano a rendibilidade mais alta desta década ou década e meia", Vítor Bento salienta que nos últimos nove anos a banca nacional representou um "return to equity" bastante baixo.

O também professor de economia acrescentou que "as remunerações de capital não tem sido atrativas para captar investimento e assim o setor não poderá crescer". "Uma economia precisa de uma banca rentável", rematou. Assim, para Vítor Bento, "devíamos estar todos contentes que a banca tenha voltado a dar lucros saudáveis".

Claro que quando as taxas de juro sobem é normal que a "margem financeira comece a engordar", no entanto, tal como recorda o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, a concorrência acaba por mitigar este crescimento, "como se tem assistido na transferência de créditos e competição na remuneração dos depósitos".

Assim, para Vítor Bento é preciso desconstruir a "narrativa que, sendo errada, pode condicionar o futuro do setor".

O líder da APB quis ainda deixar claro que quando se diz que houve bancos que foram salvos pelos contribuintes, é preciso ter em conta que as instituições financeiras "supostamente salvas, como o BPN ou Banif desapareceram todos e os acionistas como alguns credores perderam".

Quem foram salvos foram "os depositantes", já que se "esses depositantes tivessem perdido os depósitos teria gerado uma crise de desconfiança", sublinhou.

Além disso, "deve também ser lembrado que esse investimento tem vindo a ser pago pelos bancos que resistiram".

Por fim, Vítor Bento decidiu colocar o dedo na ferida sobre o que é dito sobre algumas queixas de clientes relativamente aos bancos. O último relatório do Banco de Portugal dá conta de "um acréscimo de 25% da media mensal face ao ano anterior", em número de reclamações.

Porém é preciso também referir (como aliás está também patente no documento) que " não foram encontrados indiciados de infração em 98,5% das reclamações".

(Notícia atualizada às 12h49 horas).

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