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Haitong Bank recebe 100 milhões de euros do dono chinês
A Haitong International injectou 100 milhões de euros no capital do português Haitong Bank. A razão da operação não é explicada mas o grupo chegou a afirmar que queria fazer aquisições para crescer através do ex-BESI.
O grupo chinês que controla o antigo BESI injectou 100 milhões de euros naquele banco de investimento, agora denominado Haitong Bank. Não há justificação oficial para a operação em torno do banco liderado por José Maria Ricciardi (na foto).
"O Haitong Bank, S.A. ("banco") informa que, na sequência de assembleia-geral universal reunida hoje nos termos do Artigo 54º do Código das Sociedades Comerciais, foi deliberado aumentar o capital social do banco no montante de 100.000.000 euros, mediante a emissão de 20.000.000 novas acções ordinárias, com o valor nominal de 5 euros cada", assinala o comunicado enviado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
Os 100 milhões de euros vieram para a entidade liderada por José Maria Ricciardi vindos de Hong Kong: "este aumento de capital foi subscrito e realizado na totalidade pela accionista controladora do Banco, a Haitong International Holdings Limited, sociedade constituída em Hong Kong, subsidiária da Haitong Securities Co., Ltd. (uma sociedade cujas acções se encontram admitidas à negociação na Shanghai Stock Exchange e na The Stock Exchange of Hong Kong Limited)".
"Em consequência, o capital social do banco passou a registar o quantitativo global de 426.269.000 euros, representado por 85.253.800 acções ordinárias, tendo os respectivos estatutos sido alterados em conformidade", adianta ainda o mesmo comunicado.
Não é dada justificação, no comunicado, para a operação. O Negócios ainda não conseguiu obter uma explicação por parte da assessoria do banco de investimento que era do BES, passou para o Novo Banco aquando da medida de resolução e foi depois vendido ao grupo chinês.
O Haitong Bank, novo nome do BESI desde Setembro, obteve lucros de 292 mil euros no primeiro semestre do ano, um número que representou uma quebra de 88% em relação ao mesmo período de 2014. Aquando da aquisição do banco, por 379 milhões de euros, o grupo chinês indicou que a intenção era fazer novas aquisições para crescer fora da China e o então designado BESI seria a plataforma de lançamento.
A injecção de capital ocorreu dias depois de o Banco de Portugal ter concedido autorização para que o vice-presidente da chinesa Haitong, Hiroki Miyazato, assumisse funções no banco português enquanto presidente do conselho de administração ("chairman"). Nas últimas semanas, também foi notícia a investigação que o supervisor do mercado chinês está a realizar à Haitong e a outras corretoras chinesas por terem violado obrigações inscritas na regulação.