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Governo espera 628 milhões de euros em dividendos do BdP e CGD

A Caixa Geral de Depósitos vai voltar a dar remuneração ao seu accionista Estado no próximo ano. O Banco de Portugal vai aumentar os seus dividendos para um novo recorde. São expectativas do Ministério das Finanças no Orçamento do Estado para 2019.

16 de Outubro de 2018 às 01:59
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O Governo espera receber dividendos brutos de 628 milhões de euros do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Depósitos, segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2019. 

 

No documento, entregue esta segunda-feira 15 de Outubro no Parlamento, está inscrita "a perspectiva de dividendos por parte da Caixa Geral de Depósitos, e de um aumento dos dividendos pagos pelo Banco de Portugal". 

 

Ao todo, os dividendos e participações nos lucros de sociedades financeiras a receber pelo Estado ascendem a 628 milhões de euros no próximo ano, revela um dos mapas anexos à proposta de Orçamento. 

Este ano, na óptica de política orçamental (e portanto líquidos de IRC) são os dividendos a receber pelo Estado que permitem compensar outras medidas no lado da receita como eliminação da sobretaxa de IRS ou o fim do pagamento especial por conta. 

 

Banco de Portugal dá dividendo recorde

 

No documento, o Governo antecipa uma subida da remuneração que vai receber do Banco de Portugal. Será sempre um recorde. 

 

O Jornal Económico tinha já noticiado que o Banco de Portugal esperava pagar dividendos recorde ao Estado, em torno de 600 milhões de euros. Contudo, o valor estava ainda aberto a negociação. 

 

No Orçamento do Estado para 2018, o Governo inscreveu a expectativa de receber 500 milhões de euros em dividendos. Um valor que foi superado quando a entidade liderada por Carlos Costa anunciou a distribuição de 525 milhões. O aumento ocorreu mesmo apesar de os resultados operacionais do Banco de Portugal terem sido os mais baixos desde pelo menos 2013.

 

No ano anterior, o Banco de Portugal tinha distribuído 353 milhões de euros em dividendos ao Estado.


Aliás, os 525 milhões de euros pagos em 2017 ao Estado totalizaram quase a soma do que tinha sido concedido nos dois exercícios anteriores (539 milhões).

 

Caixa dá primeiro dividendo desde 2010

 

Uma novidade nas contas públicas é a antecipação de dividendos a receber da Caixa Geral de Depósitos, ainda que não seja dito qual o valor exacto. 

 

Em Setembro, o jornal Eco noticiou que o Ministério das Finanças estava a estudar o recurso a dividendos do banco público para as receitas no Orçamento do Estado para 2019. Para o Governo, trata-se de começar a rentabilizar o investimento feito pelo Estado (3,9 mil milhões de euros estatais injectados em 2017), e para a gestão de Paulo Macedo é uma prova de que está em curso o caminho de um banco a remunerar o seu accionista.

 

A discussão continuava ainda esta segunda-feira. E não há um valor definido nos documentos que chegaram ao Parlamento.

 

Desde 2010 que o Estado não recebe dividendos do seu banco detido a 100%, relativo aos resultados do ano anterior. Em 2011, com lucros de 47 milhões, "não obstante a possibilidade de distribuição de dividendos, o accionista entende[u], acompanhando a recomendação do Banco de Portugal e tendo em conta as necessidades de capitalização das instituições bancárias até Dezembro de 2012, não propor a distribuição de dividendos". 

 

No ano anterior, sob a presidência de Fernando Faria de Oliveira, o pagamento de dividendos proposto pelo banco era de 250 milhões de euros (168 milhões de resultados, a que se juntou a utilização de 82 milhões em reservas livres). "A CGD cumpre ainda o objectivo de distribuir dividendos ao accionista no valor de 250 milhões de euros", disse então a administração, no relatório e contas. Só que o Governo acabou por recusar a utilização das reservas, tendo-se ficado pelos 170 milhões. 




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