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Fosun alia-se à Alibaba para abrir banco privado na China
Pequim está a autorizar a abertura de mais bancos privados de forma a fazer chegar mais dinheiro a pequenas empresas privadas, que têm maior dificuldade em obter financiamento por parte dos grandes bancos estatais.
A Fosun e a Alibaba uniram-se para abrir um banco privado na China. As duas empresas chinesas receberam luz verde do regulador da banca daquele país (Comissão Reguladora da Banca Chinesa), esta segunda-feira, 29 de Setembro.
A instituição financeira vai entrar em funções daqui a seis meses e terá o nome de Zhejiang MYbank Co. em inglês. A Fosun vai ficar com 25% do novo banco, enquanto a Alibaba vai deter 30%.
A Fosun é dona da Fidelidade, a maior seguradora a operar em Portugal, e está na corrida pela Espírito Santo Saúde - tendo apresentado a maior oferta até ao momento (4,82 euros por acção). A empresa está também interessada no porto do Barreiro e na marina do Tejo.
A Alibaba é a maior retalhista online chinesa, tendo recentemente efectuado a maior entrada de sempre em bolsa, ao angariar 25 mil milhões de dólares em Wall Street.
O objectivo do banco é "satisfazer principalmente o investimento e as necessidades de financiamento de micro-empresas e consumidores individuais, com produtos para depósitos abaixo de 200 mil yuans (25.600 euros) e produtos para empréstimos abaixo dos 5 milhões de yuans (640 mil euros)", segundo um comunicado da Fosun citado pelo Financial Times.
Guo Guangchang (na foto) é o presidente e maior accionista da Fosun, e é também a 12ª pessoa mais rica na China, segundo dados da Bloomberg. A Fosun já investiu mais de 3,4 mil milhões de dólares no estrangeiro desde 2010, incluindo Portugal e o Club Med, empresa francesa de estâncias turísticas.
A participação da retalhista liderada por Jack Ma vai ser detida pela sua afiliada Zhejiang Ant Small & Micro Financial Services Group, que engloba a empresa de processamento de pagamentos Alipay (através do qual são feitos os pagamentos no site) e os serviços financeiros.
O mercado chinês é dominado por grande bancos estatais que se dedicam principalmente a emprestar dinheiro a grande empresas, também estatais, em detrimento de empresas privadas mais pequenas e que têm assim maior dificuldade em angariar capital. Estas empresas são responsáveis pela criação de 60% da riqueza na China e pela criação de 75% de novos empregos.
As autoridades de Pequim têm dado luz verde a vários novos bancos privados para que o dinheiro chegue a cada vez mais empresas. O objectivo do Governo de Xi Jinping é criar cinco bancos privados no total.
Diversas companhias chinesas estão assim a apostar na banca, como a tecnológica Tencent ou a companhia aérea Juneyao Airlines, que também obteve hoje aprovação de Pequim.