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Fosun vai rever participações em Portugal. Fidelidade estará segura
O grupo chinês vai rever as suas participações, segundo a Bloomberg. Fonte oficial da Fonsun assegura que "a posição do BCP não está à venda" enquanto a Fidelidade garante que também a "Luz Saúde não está à venda".
A Fosun – que conta com participações em Portugal na Fidelidade, BCP, REN e Luz Saúde – está a preparar-se para vender ativos não essenciais nos próximos 12 meses, segundo escreve o Citigroup numa nota de "research" citada pela Bloomberg.
Depois de um encontro que decorreu esta segunda-feira entre analistas e o grupo chinês, a Fosun indicou que considera como ativos "core" os braços do setor farmacêutico, retalho e turismo, bem como a portuguesa Fidelidade.
Ao todo, o conglomerado pretende vender até 80 mil milhões de yuans ( cerca de 11 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual), segundo especifica o Citigroup.
A Bloomberg adianta, citando outras fontes conhecedoras do assunto, que o conglomerado está a rever as participações em várias instituições financeiras na Europa, em específico o banco alemão Hauck & Aufhauser "assim como outros investimentos em Portugal".
O grupo estará a trabalhar com consultores para explorar diferentes cenários, incluindo potenciais vendas. O processo está numa fase inicial, pelo que não foi tomada nenhuma decisão final. Contactada pela Bloomberg, fonte oficial da Fosun afirmou que não há planos de venda.
Contactada pelo Negócios, fonte oficial da Fonsun assegura que "a posição do BCP não está à venda". Também fonte oficial da Fidelidade esclarece que "A Luz Saúde pretence à Fidelidade e a Luz Saúde não está à venda, é um ativo estratégico".
Em agosto passado, a Moody's baixou o 'rating' da Fosun de Ba3 para B1, refletindo a "escassa" liquidez do grupo e "elevada pressão" de refinanciamento, num período de "crescente aversão" ao risco por parte dos investidores no mercado de dívida.
A agência de classificação apontou também para o perigo de contágio pelos vastos interesses comerciais da Fosun, que se estendem pela China, Europa e Estados Unidos.
O conglomerado, que soma uma dívida equivalente a mais de 38 mil milhões de euros, anunciou, na semana passada, que planeia vender a sua participação maioritária na Nanjing Nangang Iron & Steel United, que está cotada na Bolsa de Xangai.
A concretizar-se este negócio, o grupo desfez-se já do equivalente a mais de cinco mil milhões de euros em ativos este ano, em comparação com 100 milhões de euros, em 2021, segundo dados da Dealogic, fornecedora global de conteúdo e análise para o setor financeiro.
Desde o início do ano, as ações da Fosun International, a principal entidade do grupo cotada na Bolsa de Valores de Hong Kong, caíram quase 50% e estão agora a negociar perto do valor mínimo dos últimos dez anos.
(Notícia atualizada às 11:39 com respostas da Fosun e Fidelidade).