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Fosun coloca à venda 5,6% do BCP

Participação da Fosun no banco português já diminuiu desde junho de 2023 e depois da operação pode ficar pouco acima de 20%. Venda pode valer mais de 240 milhões de euros.

O banco liderado por Miguel Maya acumula uma valorização em bolsa de quase 92% este ano.
José Sena Goulão/Lusa
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A Fosun pretende vender 5,6% do capital do BCP. A decisão foi comunicada pelo banco à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O acionista da instituição financeira liderada por Miguel Maya comunica a "intenção de proceder à alienação de até 846.000.000 ações representativas de até 5,60% do capital social do Banco Comercial Português".

Em junho de 2023 a Fosun tinha 29,95% do capital do banco, mas entretanto essa posição diminuiu: o acionista chinês já se desfez, desde então, de 4,31% do capital. Com base no comunicado de hoje à CMVM, a participação da Fosun correspondentes a 25,64% do capital do BCP.

Concretizando-se a venda dos 846 milhões de ações, essa participação cai para 20,03%, pouco acima da da Sonangol, que a 30 de junho de 2023 estava nos 19,49%. O número é confirmado ao Negócios pelo BCP e pela Fosun.

O banco sublinha que a multinacional chinesa vai manter-se como acionista de referência. "O Millennium BCP foi informado que a intenção da Fosun é manter uma participação acima de 20%, permanecendo como acionista de referência do banco", diz fonte oficial da instituição financeira.

Já o acionista do banco garante que a redução da participação no BCP "não tem qualquer relação com a situação financeira e de cash flow", afirmando que "nos últimos anos, o Grupo Fosun tem continuado a otimizar a sua estrutura de dívida, a reduzir a escala das suas dívidas e passivos com juros e a melhorar continuamente a posição de cash flow. Até ao final de 2023, as responsabilidades financeiras do grupo continuaram a diminuir em comparação com o final de 2022".

Assim, e "de modo a promover melhor o foco estratégico e alcançar um desenvolvimento estável, especialmente considerando a forte subida no preço das ações dos bancos portugueses e do BCP num período recente, o Grupo Fosun decidiu vender parte das ações do BCP após uma análise de vários fatores. Trata-se de um comportamento de investimento normal e uma operação financeira. Após esta transação, a Fosun continua a deter 20% do BCP".

O acionista assegura que "continuará a apoiar o desenvolvimento do BCP" e afirma que "continua muito otimista em relação aos mercados estrangeiros, incluindo Portugal. Os investimentos da Fosun em Portugal, como a Fidelidade, continuarão a ser componentes muito importantes para o Grupo. A venda de ações do BCP é um comportamento de investimento normal e uma operação financeira, e não deve ser interpretada como um sinal de que a Fosun deixou de estar otimista em relação ao mercado português sob quaisquer circunstâncias".

A capitalização bolsista do BCP está nos 4.345,3 milhões de euros, o que avalia a operação em mais de 240 milhões de euros.

A Fosun vai assim "proceder ao lançamento de uma oferta particular das ações através de um processo de ‘accelerated bookbuilding’ dirigido exclusivamente a investidores institucionais qualificados", após a qual "manterá 3.027.936.381 ações do BCP, sujeitas a um lock-up de 60
dias".

A Bloomberg avança que o preço mínimo que será aceite é de 0,2780 euros, sendo que as ações fecharam nesta segunda-feira nos 0,2875 euros. Os títulos do BCP valorizam 4,77% desde o início do ano.

Os termos finais serão anunciados após conclusão do processo de "accelerated bookbuilding", que se antecipa que deverá ocorrer amanhã antes da abertura do mercado.

A sucursal em Londres do UBS atua como "Sole Bookrunner" da colocação.

Notícia atualizada
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