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Falta de informação de reguladores estrangeiros levou ASF a travar venda da Lusitânia
O “chumbo” pela Autoridade de Supervisão de Seguros (ASF) à venda da Montepio Seguros ao grupo chinês CEFC deveu-se ao não cumprimento de todos os requisitos, nomeadamente a falta de informação adicional solicitada a outros reguladores, explicou esta quarta-feira o presidente da entidade reguladora, José Almaça, no Parlamento.
O presidente da ASF indicou, em audição na Comissão do Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, que o que se passou quanto à operação de venda da Montepio Seguros, que inclui a Lusitânia, foi "o processo normal de verificação". "Este não preenchia todos os requisitos" e por isso foi encerrado.
Respondendo a questões dos deputados, José Almaça disse que a ASF "pediu informações adicionais a supervisores de outros países onde esse grupo está a trabalhar, as informações não foram respondidas e o processo não foi instruído".
Se o grupo CEFC pretender tentar novamente entrar no capital da Montepio Seguros terá de iniciar um novo processo, que seguirá exactamente os mesmos trâmites, porque este "está terminado", acrescentou.
José Almaça indicou que a Lusitânia estava com um rácio de solvência de cerca de 98%. "Mesmo assim, mandámos que fizessem um plano de equilíbrio financeiro. Esse plano passava pela entrada do grupo chinês no capital. Quando tive noção de que o negócio não se realizaria falei com o accionista e ele capitalizou a companhia", detalhou.
Em finais do ano passado, o grupo chinês CEFC anunciou ter chegado a um acordo para a compra de 60% da Montepio Seguros.
Segundo a edição de 14 de Maio do jornal Público, a Associação Mutualista Montepio Geral reforçou, por imposição da ASF, o capital da Lusitânia Seguros em 30 milhões de euros.