A empresa Galilei SGPS, ex-Sociedade Lusa de Negócios, que era a dona do banco BPN, entrou na fase de liquidação, depois de esta terça-feira, 13 de Setembro, os credores da empresa terem recusado a sua recuperação. A justiça já tinha proferida a sentença, faltava a aprovação ao relatório de insolvência, que aconteceu hoje. 

 

A informação foi avançada à Lusa pelo advogado Pedro Faria, que representa a Parvalorem, a 'holding' estatal que ficou com activos 'tóxicos' do BPN e que é o maior credor da Galilei.

 

A Parvalorem, com 80% da dívida global de 1.600 milhões do grupo, também votou, na assembleia de credores, pela liquidação da Galilei por não acreditar na sua viabilização.

 

Aliás, explicou o jurista, o próprio relatório apresentado pelo administrador de insolvência da Galilei (que herdou os activos da SLN) já concluía da impossibilidade prática de qualquer plano de recuperação e a própria Galilei não apresentou qualquer estratégia com vista à sua recuperação.

 

Parvalorem lidera comissão de credores

 

Com a liquidação da empresa hoje aprovada, segue-se agora a constituição da comissão de credores, que será presidida pela Parvalorem, uma vez que é o maior credor.

 

Será agora avaliado o património da Galilei SGPS, nomeadamente participações sociais noutras empresas, e colocado à venda, com vista à distribuição do montante conseguido pelos credores, os quais serão graduados por um juiz consoante os créditos que detenham.

 

Os trabalhadores com vencimentos a receber terão uma posição privilegiada na liquidação do património, havendo ainda os credores comuns e os subordinados.

Um activo da Galilei que escapou a este processo foi a Galilei Saúde que, por meio de um acordo da Parvalorem, foi vendida a um grupo belga através da cedência e conversão dos créditos.

SLN Valor quer evitar insolvência

A SLN Valor, principal accionista da Galilei, também está em dificuldades. Aliás, neste momento, corre na justiça o pedido de entrada em Processo Especial de Revitalização desta sociedade, de forma a evitar a insolvência. 

Também aqui é a sociedade estatal Parvalorem, hedeira de créditos tóxicos do BPN, que lidera a lista de credores: tem 93% das dívidas da SLN Valor (471 em 509 milhões).