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Esquerda estraga planos do PSD para audições no inquérito à CGD
O PSD queria ouvir Mário Centeno, Carlos Costa e José de Matos antes das férias parlamentares. A esquerda dificultou. O PSD vai insistir. Os partidos têm até 14 de Julho para apresentar documentos.
A esquerda opôs-se ao PSD e rejeita as audições que os sociais-democratas querem fazer antes das férias parlamentares no inquérito à Caixa Geral de Depósitos. Mário Centeno, Carlos Costa e José de Matos são os nomes chamados pelo PSD que, mesmo com a rejeição das forças que suportam o Governo, vai tentar ouvi-los nas próximas semanas. A última semana de Julho é a hipótese em cima da mesa.
O grupo social-democrata, coordenado por Hugo Soares, já tinha anunciado a intenção de chamar estas três personalidades ligadas à Caixa Geral de Depósitos para "não perder tempo". O objectivo era que se realizassem as audições desta comissão de inquérito antes de Agosto.
A justificação do PS, BE e PCP passa pelos prazos do regimento do inquérito parlamentar - segundo acordaram os deputados, os grupos parlamentares têm de entregar, até 14 de Julho, os requerimentos em que indiquem quais as audições e os documentos a receber. Ora, o prazo regimental aponta para dez dias para a recepção de documentação e os partidos defendem que, só com base nela, é que se podem realizar as audições. Assim, só no final de Julho é que haverá espaço para as audições.
Com base nesta oposição da esquerda, o PSD quis avançar de forma potestativa (obrigatória, mesmo que contra os restantes partidos) para as audições. A esquerda considerou que não o PSD não tem poderes para marcar os prazos para a sua realização. O caso vai para conferência de líderes partidários, que se irá pronunciar sobre o tema.
Esta foi a segunda reunião da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos. A primeira foi na terça-feira, quando Eduardo Ferro Rodrigues deu posse aos deputados. Nessa mesma reunião, em que o social-democrata José Matos Correia foi designado presidente do inquérito parlamentar, disse que a comissão era importante para o prestígio do Parlamento.