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Espanhol Liberbank afunda quase 40% em bolsa com receios de aumento de capital

A instituição já perdeu quase metade da sua capitalização bolsista. Os analistas separam as águas em relação ao Banco Popular, mas dizem que os investidores estão preocupados com a possível necessidade de um reforço de capital.

DR/Alberto García Fernández
09 de Junho de 2017 às 16:13
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O banco espanhol Liberbank perdeu metade da sua capitalização bolsista em quase três semanas, perante preocupações dos investidores de que possa vir a ser forçado a aumentar capital para cobrir perdas em activos imobiliários e no crédito malparado.

A acções do Liberbank chegaram a cair 37,45% na sessão desta sexta-feira, 9 de Junho, com cada título a valer 0,516 euros, próximo do valor mais baixo de sempre, os 0,503 euros registados em Julho do ano passado. Mas atenuou as quedas entretanto, caindo agora 18,55% para 0,672 euros.

A este preço, significa que a capitalização bolsista da instituição ficou reduzida a quase metade nas 14 sessões que já leva sem ganhar valor: passou de valer 1.150 milhões de euros para os 635 milhões de euros esta sexta-feira.

Dois dias depois da resolução de outro banco espanhol, o Popular - comprado por 1 euro pelo Santander, que terá agora de empreender um aumento de capital de 7.000 milhões de euros - a banca espanhola continua assim no centro das preocupações. 


"O Liberbank tem o mesmo tipo de problemas que o Banco Popular tinha, com um baixo rácio de cobertura, um rácio elevado de activos tóxicos e muitos activos duvidosos," disse à Bloomberg o analista Nicolas Lopez, da Mercados y Gestion de Valores.

Para este especialista, as acções estão a incorporar o risco de um possível reforço de capital que o banco venha a ser forçado a fazer para aumentar o seu rácio de cobertura - a existência de activos líquidos de elevada qualidade para reagir a condições de stress de financiamento.

"O capital do Liberbank está em melhor situação que o do Popular (...). Mas se o Banco Central Europeu forçar o aumento do rácio de cobertura, poderá ter de incorporar perdas que obriguem a um aumento de capital," acrescenta o analista.

"O Liberbank não está na mesma situação que o Popular. Mas ambos têm níveis elevados de malparado e baixos níveis de cobertura," disse por seu lado Daragh Quinn, analista na Keefe, Bruyette & Woods, ao Financial Times.

Um porta-voz do Liberbank considerou à Bloomberg que é "injusto" comparar o nível de activos do Liberbank com os do Popular e que esses seus activos foram avaliados no ano passado.

No primeiro trimestre, o banco teve lucros de 32 milhões de euros e registava activos de 39 mil milhões de euros. Além disso, de acordo com a Bloomberg, a sua posição de liquidez é forte, com os clientes de retalho a serem responsáveis por 96,5% dos depósitos.

O Liberbank resulta da fusão de três bancos em 2011 (Cajastur, Caja de Extremadura e Caja Cantabria) e entrou em bolsa em 2013, tendo beneficiado de uma ajuda pública de 124 milhões de euros, entretanto devolvida.

Tem actualmente cerca de 900 agências e emprega quatro mil pessoas. 

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