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Enviado dos lesados a Bruxelas: “Saio daqui muito animado”
Os lesados do papel comercial do GES consideram que a reunião em Bruxelas lhes deu argumentos para uma acção junto do Tribunal de Justiça da União Europeia. “Saio daqui muito animado”, afirmou o enviado da AIECP.
"Saio daqui muito animado". Foi desta forma que o enviado da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) a Bruxelas, Nuno Vieira, resumiu, em declarações ao Negócios, a sua avaliação à reunião com uma jurista da Direcção-Geral para a Estabilidade Financeira, Serviços Financeiros e Mercados de Capitais (DGFisma).
De acordo com o representante da AIECP, a jurista da DGFisma terá admitido que o caso dos lesados do papel comercial do GES subscrito por clientes do BES pode configurar uma violação da confiança dos clientes, uma situação de confisco e até a violação de um direito de propriedade.
No entanto, a representante da Comissão Europeia informou os lesados de que não poderá tomar qualquer iniciativa uma vez que o processo de resolução do BES ainda não está concluído – falta liquidar este banco e vender o Novo Banco –, pelo que a DGFisma irá continuar a acompanhar o processo.
Para Nuno Vieira, as posições assumidas pela jurista europeia dão força aos argumentos que os lesados pretendem apresentar numa acção junto do Tribunal de Justiça Europeu, tendo já sido expressa essa intenção junto do juiz responsável pelas acções que a AIECP tem em curso em Portugal.
Os lesados do BES prometem continuar a tentar expor as suas posições junto das autoridades europeias. Segundo Nuno Vieira, o próximo passo será solicitar uma reunião ao comissário europeu para a Estabilidade Financeira, Jonathan Hill.
O Negócios contactou o gabinete de imprensa da DGFisma para obter uma reacção à reunião com a AIECP, o que não foi ainda possível.